Observação Lua, Vênus & Saturno.
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Observação Lua, Vênus & Saturno.
03.02.2016
Início: 05h30 - término: 06h00
Observação Lua, Vênus e Saturno
Localização: São Paulo - Zona Sul
Instrumento: Refrator acromático Skywatcher D: 90mm F/10
Oculares: 25mm (35x), WA 6mm (150x)
Condição atmosférica: desfavorável.
Desperto espontaneamente as 5h30. A vista desarmada percebo pouquíssimas estrelas, e a luz no entorno da lua (31% iluminada) me confirma as más condições de visibilidade. Entretanto entre os poucos objetos visíveis, identifico uma triangulação interessante formada com a Lua, o que me faz pegar o telescópio.
Tratava-se de Saturno e estrela Antares, a leste, com altitudes entre 45 e 50 graus, o que já considero favorável para observação, no meu contexto.
Júpiter já estava na face norte, o que exigiria uma manobra de telescópio que eu não estava disposto a realizar naquele momento.
Marte acima, fora de meu ângulo de visão, e portanto ficando também para outra oportunidade. Bem abaixo Vênus.
- Inicio a observação com o telescópio brevemente por Vênus. A baixa altitude prejudica, causando alguma distorção cromática em meu equipamento. Porém é possível constatar que está mais próximo da conjunção superior, apresentando agora a face iluminada mais circular e completa, do que em observações anteriores realizadas meses atrás.
- Passando para Saturno, utilizando a ocular de 6mm, identifico dois ou três pontos que julgo serem luas, a confirmar. Sem identificação porém, muito provavelmente pelas más condições de visibilidade, da divisão de Cassini.
- Parto para a observação lunar, que era minha intenção inicial.
Como já esperava, consigo notar bem o relevo e contorno de algumas crateras. Uma em particular me chamou a atenção pela vasta sombra e profundidade aparente, sem entretanto conseguir identifica-la.
6h00, retorno para a cama para dormir mais meia hora e sair para o trabalho.
Espero descobrir o nome da cratera profunda em breve...
Início: 05h30 - término: 06h00
Observação Lua, Vênus e Saturno
Localização: São Paulo - Zona Sul
Instrumento: Refrator acromático Skywatcher D: 90mm F/10
Oculares: 25mm (35x), WA 6mm (150x)
Condição atmosférica: desfavorável.
Desperto espontaneamente as 5h30. A vista desarmada percebo pouquíssimas estrelas, e a luz no entorno da lua (31% iluminada) me confirma as más condições de visibilidade. Entretanto entre os poucos objetos visíveis, identifico uma triangulação interessante formada com a Lua, o que me faz pegar o telescópio.
Tratava-se de Saturno e estrela Antares, a leste, com altitudes entre 45 e 50 graus, o que já considero favorável para observação, no meu contexto.
Júpiter já estava na face norte, o que exigiria uma manobra de telescópio que eu não estava disposto a realizar naquele momento.
Marte acima, fora de meu ângulo de visão, e portanto ficando também para outra oportunidade. Bem abaixo Vênus.
- Inicio a observação com o telescópio brevemente por Vênus. A baixa altitude prejudica, causando alguma distorção cromática em meu equipamento. Porém é possível constatar que está mais próximo da conjunção superior, apresentando agora a face iluminada mais circular e completa, do que em observações anteriores realizadas meses atrás.
- Passando para Saturno, utilizando a ocular de 6mm, identifico dois ou três pontos que julgo serem luas, a confirmar. Sem identificação porém, muito provavelmente pelas más condições de visibilidade, da divisão de Cassini.
- Parto para a observação lunar, que era minha intenção inicial.
Como já esperava, consigo notar bem o relevo e contorno de algumas crateras. Uma em particular me chamou a atenção pela vasta sombra e profundidade aparente, sem entretanto conseguir identifica-la.
6h00, retorno para a cama para dormir mais meia hora e sair para o trabalho.
Espero descobrir o nome da cratera profunda em breve...
Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
Putz, cara, adorei esse teu "relatório" de observação, viu? Adorei o estilo dele, na verdade. Ao término, quando você diz que restou inominada aquela "vasta sombra" lunar de "profundidade aparente"... Pra mim, senti que nem era importante identificá-la, mesmo sendo uma cratera pública e notória.
É como se fosse mais uma representação do pesar de voltar a dormir mas logo ser obrigado a acordar para mais um dia enfadonho de trabalho, com a pergunta te martelando o expediente todo: "Como se chama, qual é o nome? O que é isso?!" rs.
É como se fosse mais uma representação do pesar de voltar a dormir mas logo ser obrigado a acordar para mais um dia enfadonho de trabalho, com a pergunta te martelando o expediente todo: "Como se chama, qual é o nome? O que é isso?!" rs.
CiceroS- Astronomo Amador
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Idade : 58
Localização : São Paulo - SP
Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
Sim, é um simplório relato, com algum caráter pessoal.
Penso que mesmo dessa forma eventualmente alguma citação possa servir como gancho e se desdobrar em novos comentários ou informações adicionais pertinentes.
E alguns detalhes também podem sugerir também a outros iniciantes, como eu, a explorarem determinados alvos e situações.
Uma coisa curiosa, só um parênteses já que não tem ligação com astronomia, é que percebo que quando vou dormir sem conseguir fazer a observação que desejava, por falta de visibilidade, geralmente acordo perto das 5h30, antes do horário programado em meu despertador.
Muitas pessoas já devem ter vivenciado experiências semelhantes, de acordar minutos antes do despertador tocar, em um dia em que precisavam muito acordar cedo.
É algo intrigante. Se ao longo do dia não faço ideia da hora, como dormindo conseguimos essa precisão? Aparentemente temos algum tipo de consciência ativa durante o sono, que não conhecemos bem.
Voltando a astronomia, as observações da lua parcialmente iluminada revelam realmente muitas outras possibilidades de observações. Recomendo aos que descartam. A lua já foi muito mapeada, por outros, mas "conhecer o caminho não é igual a percorrer o caminho". Um abç.
Penso que mesmo dessa forma eventualmente alguma citação possa servir como gancho e se desdobrar em novos comentários ou informações adicionais pertinentes.
E alguns detalhes também podem sugerir também a outros iniciantes, como eu, a explorarem determinados alvos e situações.
Uma coisa curiosa, só um parênteses já que não tem ligação com astronomia, é que percebo que quando vou dormir sem conseguir fazer a observação que desejava, por falta de visibilidade, geralmente acordo perto das 5h30, antes do horário programado em meu despertador.
Muitas pessoas já devem ter vivenciado experiências semelhantes, de acordar minutos antes do despertador tocar, em um dia em que precisavam muito acordar cedo.
É algo intrigante. Se ao longo do dia não faço ideia da hora, como dormindo conseguimos essa precisão? Aparentemente temos algum tipo de consciência ativa durante o sono, que não conhecemos bem.
Voltando a astronomia, as observações da lua parcialmente iluminada revelam realmente muitas outras possibilidades de observações. Recomendo aos que descartam. A lua já foi muito mapeada, por outros, mas "conhecer o caminho não é igual a percorrer o caminho". Um abç.
Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
(E após dar uma última visada no gigante gasoso pela própria natureza... Ou melhor, gigante relativamente ao nosso sistema solar, né?)
Não, não achei simplório o seu relato, Jonas. Quer dizer, como ainda sou novato, com insuficientes parâmetros pra avaliar... Mas, sim, e com a ajuda do "caráter pessoal", o relato é bem sugestivo e propicia os tais ganchos, isso dá pra avaliar mesmo na minha condição de iniciante.
Do teu parênteses: pô, é mesmo, além do tal relógio biológico, deve existir mesmo um relógio psíquico que nos governa sem que tenhamos 100% de controle sobre ele...rs.
E complementando o meu parênteses: engraçado, agora gostei de usar a Wide Angle de 6mm para observar Júpiter, mas com um eye relief radical, digamos assim, afastando o olho uns 2, 3 centímetros da ocular, com o planeta quase tocando as bordas da lente. E aí ficou bacana.
Não, não achei simplório o seu relato, Jonas. Quer dizer, como ainda sou novato, com insuficientes parâmetros pra avaliar... Mas, sim, e com a ajuda do "caráter pessoal", o relato é bem sugestivo e propicia os tais ganchos, isso dá pra avaliar mesmo na minha condição de iniciante.
Do teu parênteses: pô, é mesmo, além do tal relógio biológico, deve existir mesmo um relógio psíquico que nos governa sem que tenhamos 100% de controle sobre ele...rs.
E complementando o meu parênteses: engraçado, agora gostei de usar a Wide Angle de 6mm para observar Júpiter, mas com um eye relief radical, digamos assim, afastando o olho uns 2, 3 centímetros da ocular, com o planeta quase tocando as bordas da lente. E aí ficou bacana.
CiceroS- Astronomo Amador
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Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
CiceroS escreveu:
(...) agora gostei de usar a Wide Angle de 6mm para observar Júpiter, mas com um eye relief radical, digamos assim, afastando o olho uns 2, 3 centímetros da ocular, com o planeta quase tocando as bordas da lente. E aí ficou bacana.
Olá.
Faz diferença o planeta estar mais para as bordas? Não pude testar isso ainda.
Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
Olá colegas.
Não é muito comum encontrar registros fotográficos de Saturno que incluam as luas, correto?
Mas na observação visual é possível distinguir algumas delas facilmente, procede?
Acredito que seria mais um ponto em relação as características peculiares entre observação e astrofotografia.
O que me chama a atenção também são as órbitas das luas de Saturno. Não parecem acompanhar a rotação do planeta, como ocorre com as luas principais de Júpiter.
Não é muito comum encontrar registros fotográficos de Saturno que incluam as luas, correto?
Mas na observação visual é possível distinguir algumas delas facilmente, procede?
Acredito que seria mais um ponto em relação as características peculiares entre observação e astrofotografia.
O que me chama a atenção também são as órbitas das luas de Saturno. Não parecem acompanhar a rotação do planeta, como ocorre com as luas principais de Júpiter.
Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
Jonas J escreveu:Faz diferença o planeta estar mais para as bordas? Não pude testar isso ainda.
Então, Jonas, mas acho que há um grande senão aí: o meu tele é um refletor de razão focal curta (f/5), e quando o alvo vai chegando na borda do campo começa aquela distorçãozinha, né? Nessa ocular Wide Angle nem tanto, nas Plossls fica mais evidente essa característica negativa de newtonianos "rápidos". Nada que incomode, mas já deu pra sentir, digo, ver o drama...rs.
Outro fato é que o meu olho ainda não está suficientemente treinado, falta eu pegar muito do traquejo da coisa, o olho acaba cansando rápido. Então, deixar "flutuando" Júpiter no centro do AFOV dessa ocular é mais como um artifício para manter por mais tempo, e confortavelmente, a nitidez dele. E isso pra mim, não é uma questão da lente em si.
Quer dizer, da lente... Meu, 66 graus de AFOV acho que já é demais até pro máximo aumento possível que eu consigo de Júpiter (216,6x), tem que ficar de lá pra cá com olho pra abranger toda a dimensão do campo...rs.
Mas, quando der, testa aí, Jonas, e depois posta suas impressões.
P.S.: Pô, sacanagem. Um mês e ainda não consegui (re)inaugurar Saturno, verdade.
CiceroS- Astronomo Amador
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Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
Para a observação visual das luas de saturno e o movimento delas atrás e mesmo diante dos anéis, o mais importante é primeiro classificá-las em dois grupos: as regulares e as irregulares.
As luas regulares tem as órbitas quase circulares, no sentido de rotação do planeta e pouco inclinadas em relação ao plano do equador, sendo as mais evidentes Titã, Mimas, Enceladus, Tébis, Pleione e Réia.
As luas irregulares têm uma maior excentricidade e inclinação orbital e as principais são Hipérion, Japeto e Febe que curiosamente é uma lua retrógrada.
No momento me parece que são considerados 62 as luas de saturno, mas outros dois objetos foram observados orbitando o planeta (S/2004 S 6 e S/2004 S 3).
Já que as luas mais acessíveis aos nossos aparelhos orbitam saturno praticamente em um círculo, no plano dos anéis e concêntrico a eles, quanto ao movimento delas se desprezarmos a excentricidade das órbitas, podemos estimar o período orbital de cada uma visível ao nosso instrumento, anotando, comparando e analisando a posição delas num mesmo horário durante alguns dias consecutivos.
As luas regulares tem as órbitas quase circulares, no sentido de rotação do planeta e pouco inclinadas em relação ao plano do equador, sendo as mais evidentes Titã, Mimas, Enceladus, Tébis, Pleione e Réia.
As luas irregulares têm uma maior excentricidade e inclinação orbital e as principais são Hipérion, Japeto e Febe que curiosamente é uma lua retrógrada.
No momento me parece que são considerados 62 as luas de saturno, mas outros dois objetos foram observados orbitando o planeta (S/2004 S 6 e S/2004 S 3).
Já que as luas mais acessíveis aos nossos aparelhos orbitam saturno praticamente em um círculo, no plano dos anéis e concêntrico a eles, quanto ao movimento delas se desprezarmos a excentricidade das órbitas, podemos estimar o período orbital de cada uma visível ao nosso instrumento, anotando, comparando e analisando a posição delas num mesmo horário durante alguns dias consecutivos.
Bruno
Moderador
Bruno- Moderador
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Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
Jonas J escreveu:
- Parto para a observação lunar, que era minha intenção inicial.
Como já esperava, consigo notar bem o relevo e contorno de algumas crateras. Uma em particular me chamou a atenção pela vasta sombra e profundidade aparente, sem entretanto conseguir identifica-la.
Copernicus.
Imagem retirada na internet:
Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
Olá Jonas J, apenas com a intenção de contribuir quando o assunto é a observação lunar, observar os acidentes na superfície da lua é uma das atividades mais intrigantes na astronomia observacional ou através da astrofotografia.Jonas J escreveu:
- Parto para a observação lunar
Copernicus.
Além do eterno jogo de luz e sombra, algumas crateras com formações comprovadamente vulcânicas (Alphonsus) desafiam as outras claramente formadas por impacto como Copernicus.
O que foi desencadeado no interior de Copernicus através do impacto (relativamente recente no tempo da história lunar), escavou camadas até abaixo da crosta lunar, lançando o material escavado a distâncias que cruzam vastas extensões na superfície da lua. É o material que compõem a capa de ejetos e os raios ou raias brilhantes, riscando de coloração clara e brilhante o solo lunar por enormes distâncias ou milhares de quilômetros.
O impacto, a força da explosão ou o angulo de incidência deixou as paredes da cratera com um curioso formato hexagonal. Podem ter sido desenhadas e esculpidas pela ação do material escavado ao ser ejetado.
Alvos interessantes são também os pequenos poços crateriformes que aparecem ao redor dessa cratera, sendo que para ver detalhadamente são precisas pelo menos aberturas de 3 polegadas. As paredes internas dessa cratera ficaram misteriosamente escalonadas, ou na forma de platôs ou "degraus" gigantes.
As cinco montanhas que podemos ver no interior dela são um espetáculo à parte, pois a cada dia lunar e dependendo do angulo de iluminação ou incidência dos raios solares, os cumes delas chegam a brilhar tanto que parecem estar "acesos".
Certa noite junto com um colega nosso aqui do fórum (Reinaldo Bismarck), enquanto eu fazia o acompanhamento manual da lua guiando o refrator Jaegers 103mm F15.4 e ele com apenas um celular minigalaxy III, segurando apenas com as mãos ele posicionou a câmera do celular em cima de uma ocular WA de 6mm (262x) no focalizador do telescópio, e fez esses registros interessantes dessa intrigante cratera:
Bruno
Moderador
Última edição por Bruno em Qua 17 Fev 2016, 21:14, editado 1 vez(es)
Bruno- Moderador
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Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
Copernicus, isso!
Mas ainda não cheguei, lá, Jonas. Nos dois dias que tive de Lua, e depois não tive mais (que a nebulosidade não deu) oportunidade, "travei" a sudoeste, naquela famosa tríade de crateras (Teophilus, Cyrilus e Catharina), como relatado aqui:
https://astronomia.forumeiros.com/t2611-minhas-imagens-da-lua
E travei maravilhado justamente pelo que o Bruno disse (no caso, tendo aquela montanha central de Teophilus em mira):
Ah, tentei brincar um pouco com aquele mapa que você já tinha sugerido em tópico, Bruno:
https://astronomia.forumeiros.com/t2426-perfil-altimetrico-da-lua
Não achei lá muito amigável, mas está dando pro gasto.
Mas ainda não cheguei, lá, Jonas. Nos dois dias que tive de Lua, e depois não tive mais (que a nebulosidade não deu) oportunidade, "travei" a sudoeste, naquela famosa tríade de crateras (Teophilus, Cyrilus e Catharina), como relatado aqui:
https://astronomia.forumeiros.com/t2611-minhas-imagens-da-lua
E travei maravilhado justamente pelo que o Bruno disse (no caso, tendo aquela montanha central de Teophilus em mira):
Bruno escreveu:As cinco montanhas que podemos ver no interior dela são um espetáculo à parte, pois a cada dia lunar e dependendo do angulo de iluminação ou incidência dos raios solares, os cumes delas chegam a brilhar tanto que parecem estar "acesos".
Ah, tentei brincar um pouco com aquele mapa que você já tinha sugerido em tópico, Bruno:
https://astronomia.forumeiros.com/t2426-perfil-altimetrico-da-lua
Não achei lá muito amigável, mas está dando pro gasto.
CiceroS- Astronomo Amador
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Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
Bruno escreveu:
Além do eterno jogo de luz e sombra, algumas crateras com formações comprovadamente vulcânicas (Alphonsus) desafiam as outras claramente formadas por impacto como Copernicus.
Bem interessante.
Sobre esse trecho acima em particular, desafiam você se refere em profundidade, extensão, ou em que sentido?
Tenho achado que estudar o relevo lunar é um pouco mais trabalhoso e complexo do que imaginava. Algumas formações, conforme a posição e sombra confundem um pouco. Impressionante que algumas pessoas consigam identificar até pequenas crateras fantasmas.
Mas vamos caminhando...
Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
Bruno escreveu:Além do eterno jogo de luz e sombra, algumas crateras de origem comprovadamente vulcânica (Alphonsus) desafiam as outras claramente formadas por impacto como Copernicus.
Uma cratera de impacto na lua se refere a uma depressão no solo lunar, cujas bordas são elevadas em relação ao terreno circundante. A crosta lunar é revestida por uma superfície de rocha constantemente pulverizada por processos de impactos de micro-meteoritos. Além de Copernicus a cratera Tycho por exemplo foi o resultado de um choque que escavou a uma profundidade de 4.700 metros. As crateras de impacto mais brilhantes são as mais jovens.Jonas J escreveu:Sobre esse trecho acima em particular, desafiam você se refere em profundidade, extensão, ou em que sentido?
Tenho achado que estudar o relevo lunar é um pouco mais trabalhoso e complexo do que imaginava.
Numa cratera vulcânica a estrutura dela foi abatida ou colapsada pela descompressão nos sistemas vulcânicos abaixo na crosta. A maior parte da lava afluiu para as depressões, ou as regiões de menor altitude na topografia lunar. Inclusive o estudo e o mapeamento geoquímico da lua através de espectrômetros, indicaram que houve mesmo a subida de lava à superfície seguida de uma erupção do manto inferior.
A cratera Alphonsus é constituída de fragmentos de rocha sólida e cinzas vulcânicas, que foram expelidas para fora por uma erupção. Em 1957 o astrônomo russo Kozirev fotografou e analisou emanações gasosas em forma de névoa, saindo de dentro do pico central da cratera de Alphonsus. Eu e um colega astrônomo (Eduardo Pimentel) do observatório astronômico SONEAR, também tivemos a sorte de fotografar uma emanação gasosa na superfície da lua em 1989. São fenômenos conhecidos também como TLPs ou fenômenos lunares transientes ou transitórios.
Talvez o grande desafio a que me referi é o fato de que as amostras de basalto recolhidas durante as missões lunares, mostraram um teor de ferro muito maior que os basaltos aqui na terra, e sem nenhum sinal de interação com água. Os vulcões lá ao que tudo indica são de silicatos.
Uma boa forma de se entender a diversidade morfológica dos acidentes na superfície lunar, é se familiarizar com as formações geológica aqui na terra, como vales, depressões, cadeias de montanhas, encostas, bacias e baías, planícies, planaltos, fendas e etc..., só que lá esses acidentes são proporcionalmente muito maiores. Um bom livro de Geologia vai te ajudar muito. Aqui no fórum temos algum conteúdo sobre a análise morfológica da superfície lunar, e uma relação desses fenômenos (TLPs) ainda inconclusivas em suas interpretações. Como dizia o grande astrônomo prof. Rubens de Azevedo, "a lua não é apenas um mundo morto iluminado pelo sol".
Tópico sobre as formações geológicas na lua:
https://astronomia.forumeiros.com/t12-formacoes-geologicas-na-superficie-da-lua?highlight=forma%C3%A7%C3%B5es+geol%C3%B3gicas+na+laua
Tópico sobre os TLPs: https://astronomia.forumeiros.com/t396-procura-de-tlps-na-lua?highlight=tlps
Bruno
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Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
Peraí, Bruno, só pra me situar melhor aqui (que, infelizmente, meu conhecimento de geologia é bem fraquinho): então você quer dizer que essas montanhas centrais (e por serem centrais), características de muitas crateras lunares, se originam de duas maneiras?
1) Ou elas, como em Copernicus, uma cratera considerada recente, "ascenderam quando as rochas da crosta lunar foram comprimidas pelo poderoso impacto e reagiram com uma espécie de ricochete."
Essa citação eu peguei do site Vaz Tolentino, e do site do LRCO, esta:
"During the impact that formed Copernicus crater, an unimaginable amount of kinetic energy was transferred instantaneously into the surface. After the excavation stage of the impact, the initial transient crater collapsed under the force of gravity causing the crater rim to move inward, and the central region rebounded (uplifts) to form the central peaks! Central peaks only form in craters larger than 15-20 km in diameter on the Moon." http://lroc.sese.asu.edu/posts/675#extended
2) Ou, como em Alphonsus, se elevaram por formação exclusivamente vulcânica.
É isso mesmo, ou... ou eu me perdi? rs.
1) Ou elas, como em Copernicus, uma cratera considerada recente, "ascenderam quando as rochas da crosta lunar foram comprimidas pelo poderoso impacto e reagiram com uma espécie de ricochete."
Essa citação eu peguei do site Vaz Tolentino, e do site do LRCO, esta:
"During the impact that formed Copernicus crater, an unimaginable amount of kinetic energy was transferred instantaneously into the surface. After the excavation stage of the impact, the initial transient crater collapsed under the force of gravity causing the crater rim to move inward, and the central region rebounded (uplifts) to form the central peaks! Central peaks only form in craters larger than 15-20 km in diameter on the Moon." http://lroc.sese.asu.edu/posts/675#extended
2) Ou, como em Alphonsus, se elevaram por formação exclusivamente vulcânica.
É isso mesmo, ou... ou eu me perdi? rs.
CiceroS- Astronomo Amador
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Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
1- Assim que um meteoróide atravessa a camada superficial da lua finamente granulada (regolito), ele escava o subsolo rochoso lançando o material para fora na área de deposição de ejetos (capa de ejetos), e dentro forma-se um ressalto (Rebound) onde se localiza o pico central. O impacto determina a forma da cratera, e de como os perfis resultantes vão variar de acordo com o diâmetro dela, desde as menores depressões até às imensas bacias contendo múltiplos anéis.CiceroS escreveu:essas montanhas centrais (e por serem centrais), características de muitas crateras lunares, se originam de duas maneiras?
1) Ou elas, como em Copernicus, uma cratera considerada recente, "ascenderam quando as rochas da crosta lunar foram comprimidas pelo poderoso impacto e reagiram com uma espécie de ricochete."
2) Ou, como em Alphonsus, se elevaram por formação exclusivamente vulcânica.
2- Crateras vulcânicas na lua são em número muito pequeno, quando eu falei sobre a desafiadora compreensão dessas crateras, no exemplo dessa elevação das paredes em Alphonsus ela pode ser explicada devido ao impacto numa área de reconhecida atividade vulcânica, como podemos comprovar ao vermos os halos escuros no interior do seu piso, por que eles indicam material piroclástico ou simplesmente cinza e não a fragmentação de rochas no chão.
Formação de um pico central numa cratera lunar:
Bruno
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Re: Observação Lua, Vênus & Saturno.
Putz, perfeito, Bruno, a imagem sintetiza muito bem: impacto > fusão > ricochete (nova fase) > camada fundida/pico.
E quanto às crateras vulcânicas, já estou vendo isso de elas serem associadas também aos TLPs, mas preciso me inteirar mais. E comecei com os links aqui mesmo do fórum que você passou, eles já foram bem úteis.
E quanto às crateras vulcânicas, já estou vendo isso de elas serem associadas também aos TLPs, mas preciso me inteirar mais. E comecei com os links aqui mesmo do fórum que você passou, eles já foram bem úteis.
CiceroS- Astronomo Amador
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