Teorias sobre a origem da Lua ao longo do tempo.

Bruno Dom 04 Nov 2012, 08:54

"Em 1873 o astrônomo Francês Edouard Albert Roche publicou uma teoria para a origem da Lua, tal teoria partia do princípio de que a Terra e a Lua teriam se formado ao mesmo tempo e dos mesmo matérias. Segundo Roche, a Terra começou com uma bola de gás e depois resfriou e se contraiu, lançando um anel de gás que se aglutinou até formar a Lua. Porém logo se constatou que a Lua, além de ser muito menos densa, tem um conteúdo de ferro bem menor que o da Terra, o que leva a crer que elas não teriam se formado a partir dos mesmos materiais, pois a composição básica da Lua e da Terra não são as mesmas. Se a Lua se formou dos mesmos materiais que compõe a terra, a quantidade de ferro desses dois astros deveria ser semelhante, porém não é o que se verificou. Roche não conseguiu explicar essa falha na sua teoria, abrindo espaço para novas.
Outras teorias que buscavam solucionar a questão da origem da Lua começaram a surgir no final do século XIX. Em 1878, George Darwin, um especialista em marés, concluiu que a Lua se afastava cada vez mais da terra, então ele imaginou que se a Lua esta se afastando da Terra isso significa que um dia ambas estiveram mais próximas. A explicação mais coerente era que uma porção da Terra, que girava rapidamente em estado fundido, teria se separado e forma do Lua. George Darwin começou a fazer cálculos para inverter a trajetória da Lua até o momento em que ela teria se separado da Terra, porém não conseguiu. A partir de certo ponto os cálculos não permitiam mais retroceder o movimento da Lua, pois quando se encontrava a uma distancia de 8.000 quilômetros da Terra ela teria que realizar 5.5 revoluções por dia, o que era impossível.
95 anos depois de George Darwin fazer seus cálculos, o afastamento da Lua em relação a Terra foi finalmente provado. Durante as missões Apollo, os astronautas instalaram espelhos na Lua, que são usados até hoje para medir a distancia do nosso satélite natural. Um laser é enviado em direção aos espelhos por um observatório, quando chega ao seu destino o feixe é refletido de volta e retorna ao observatório, com base no tempo que ele leva para ir e voltar, é possível calcular a distância exata entre a Terra e a Lua, essa distancia aumenta em media 3.8 cm por ano.
Antes disso, em 1909, Thomas Jefferson Jackson propôs a chamada Teoria da Captura. Jefferson inferiu que a Lua se formou em outra parte do sistema solar e quando passou muito próximo da Terra foi capturada pelo campo gravitacional do nosso planeta. Essa teoria explicava a diferença da composição da Lua e da Terra, porém ela foi descartada logo após cálculos demonstrarem que a gravidade da Terra não poderia capturar um corpo do tamanho da Lua, a ponto de detê-la em uma órbita.
Em 1975, uma teoria mais conclusiva para desvendar o mistério finalmente surgiu, a teoria do Grande Impacto, proposta pelo Instituto de Ciências Planetárias de Tucson e pelo Instituto Harvard-Smithsonian de Astrofísica. Após a análise de amostras de solo e rochas lunares coletadas pelas missões Apollo, os cientistas chegaram à conclusão que a cerca de 4.5 bilhões de anos, durante a formação da Terra, um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra, essa violenta colisão lançou material para a órbita da terra, a Lua teria se formado a partir desse material expelido pela colisão, o material se aglutinou e formou a Lua. Hoje essa é a teoria mais aceita para a origem da Lua."
FONTE: Objeto M42

Bruno
Moderador

IsaacClarke Dom 04 Nov 2012, 18:53

Filho do primeiro, por sinal. Interessante ter isso postado aqui no AF. Corrobora às discussões que já há tempos vínhamos discutindo por aqui.
A teoria do disco-acrescido, de Albert Roche, tem alguns defensores ainda hoje em dia. Eu vivo dizendo para darem uma olhada nas publicações do SPH, lá tem tudo isso, detalhadamente.

Bruno Dom 04 Nov 2012, 20:46

IsaacClarke escreveu: Eu vivo dizendo para darem uma olhada nas publicações do SPH, lá tem tudo isso, detalhadamente.

O uso de simulações através da hidrodinâmica suavizada de partículas permite a análise da extensão de um fluxo de fluido onde as coordenadas se movem com ele, assim como uma quantidade física de qualquer partícula é obtida somando-se as propriedades relevantes de todas dentro de uma escala que serve como um parâmetro para mapeamentos funcionais. As transformações integrais ajudam a estimar a função da densidade de uma probabilidade e a SPH modela os fluxos hidrodinâmicos e até gravitacionais incorporarando ainda outros processos tais como a transferência de radiação e os campos magnéticos.
Sugiro que você dê uma olhada também na MHD (Magnetrohidrodinâmica) onde um campo magnético pode induzir corrente em um fluido condutor alterando assim o próprio campo magnético.
No caso da formação da lua, para efeito comparativo sabe-se que existem indícios de que os processos geodinâmicos internos da terra envolveram movimentos e transformações químicas e físicas da matéria existente dentro do nosso planeta. Aplicando a SPH em simulações hidrodinâmicas aparentemente puderam modelar um suposto processo de impacto ocorrido há bilhões de anos quando um proto-planeta do tamanho de marte teria se chocado com uma proto-terra, gerando assim um disco de detritos circunterrestrial à partir do qual acresceu-se a Lua. Nos resíduos dessa fusão formou-se então a Lua, e os dois corpos nessa colisão mudaram a sua composição, passando assim o nosso planeta a ter um núcleo de ferro mais denso e pesado. Nesse processo coube à lua um aproveitamento do material contido nos mantos dos dois corpos, daí os silicatos em abundância.

Bruno
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