Minha primeira observação produtiva

Esses últimos 10 dias viajei para o interior, e não estaria em sã consciência se não levasse meu telescópio.
Apesar de ainda existir um pouco de PL, dava para identificar uma mancha cruzando o céu, a via láctea, apesar que estava quase apagada. A olho nu o M7 parecia uma poerinha na visão periférica, mas assim que se olhava diretamente ao M7 logo desaparecia. Mesmo ainda tendo PL, a diferença da quantidade de estrelas em comparação com a cidade é gritante, impressiona a diferença.
  Nas minhas outras observações eu apenas apontava o telescópio para a região que estava o objeto que eu queria, e torcia que acertasse, eu apenas identificava os planetas de primeira por que são visíveis a buscadora, e assim facilita bastante, mas dessa vez finalmente aprendi a achar objetos do céu profundo mais facilmente, aprendi a importância das estrelas comum, primeiro olhava no Carta Celeste (praticamente um Google SkyMap) qual era a constelação mais próxima ao objeto, e aí identificava a constelação a olho nu, desse modo aprendi a identificar rapidamente as constelações de Sagitário e Escorpião sem precisar recorrer a apps. E traçando um caminho de estrela em estrela e ir conferindo no app para ter certeza fui percebendo que é bem prático fazer isso, e meu deu uma noção do zoom do meu telescópio, ficou bem mais fácil saber o quanto tenho que mover o telescópio para ir de uma estrela a outra, e fui de estrela em estrela da constelação de Escorpião até chegar na ponta, que era onde estava o M7 e M6, e dessa vez pude ter CERTEZA que eu observava o M7 e o M6, e não apenas alguma área com muitas estrelas.
  Enquanto percorria a constelação de Escorpião percebia que há duas estrelas muito próximas, a olho aparentam estar coladas, mas nunca tinha percebido que se prestar bem atenção é possível perceber que não é apenas uma estrela, e sim duas, coisa que nunca tinha percebido e que sempre passou despercebido, tanto para mim, quanto para tantas outras pessoas que já observaram um céu com muitas estrelas e apenas achou bonito, e não parou para observar de fato as estrelas, pessoas que apenas observam o céu no geral, em vez de identificar estrelas interessantes e se encantar mesmo sem um telescópio.
  Depois de identificar com sucesso o M7 e M6, queria ir para o M24, a nebulosa da águia e a nebulosa laguna. Consegui achar a nebulosa laguna, mas apareceu apenas uma fumacinha, e percebi que se eu queria observar mais detalhes dela, precisaria de um céu mais escuro, só que aquela fumacinha já me deixou satisfeito, pois observei pela primeira vez uma nebulosa, e tinha certeza que realmente estava observando uma nebulosa. No final de contas não cheguei ao M16 nem ao M24, mas não por causa do céu, e sim por falta de tentativas, resolvei deixar essas para minha próxima observação, já que fiquei bastante feliz por finalmente ter identificado objetos do céu profundo sem ter sido no chute, e dessa observação realmente aprendi algo, as outras estrelas não são inúteis, podem ser apenas bolinhas quando se observa no telescópio, mas foi uma mão na roda para localizar objetos do céu profundo.

Uma adição:
Já venho querendo acordar 4:30 da manhã, já que quero muito observar logo as Plêiades e a nebulosa de Órion, mas consigo esperar mais algumas semanas para que esses dois objetos fiquem mais alto no céu em um horário mais acessível, porém hoje acordei 5h da manhã, e o sol ainda estava um pouco longe de nascer, e a lua estava minguante, apenas uma bandinha, porém tive o infortúnio de ter nuvens atrapalhando a observação, por pouco não observei o M43 e o M45, pelo jeito vou ter que esperar semanas e semanas.