Astronomia independente ou simples teoria?
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Astronomia independente ou simples teoria?
Prezados,
...dando vazão ao que o Bruno colocou no tópico FREQUENCIA OBSERVACIONAL, segue a minha opinião:
Muitas pessoas se consideram astrônomos amadores mas, a meu ver, não
são. A astronomia amadora é um hobby e como tal deve-se observar
algumas características. O que é ter um hobby? É ter algo a fazer que
ocupa a maior parte do nosso tempo livre, ou seja, quando não estamos
no trabalho ou dando assistência à família (cônjuge e filhos). O que
você faz no seu tempo livre? Bebe cerveja com os amigos nos finais de
semana, assiste filmes em DVD nos feriados e acompanha transmissões de
futebol no restante do tempo? E se fizer clima bom vai ao clube, praia
ou sítio? Uma pessoa com uma agenda dessas jamais teria a astronomia
amadora como hobby que é uma atividade que ocupa o tempo livre de
forma prioritária e sem fins lucrativos. Pessoas colecionam selos,
restauram carros antigos, se dedicam semanalmente à prática esportiva,
são cinéfilos, criam peixes em aquários, assistem TV, navegam na
internet, viajam periodicamente, ouvem música ou observam as estrelas.
São atividades de curta periodicidade. Algo que se faz trimestralmente
não deve ser considerado um hobby mas uma ocupação ocasional. Quem é
do tipo que observa o céu poucas vezes por ano não deve se considerar
um astrônomo amador mas apenas um entusiasta com pouca afinidade com a
astronomia observacional.
Mas temos também os teóricos de plantão que são aqueles que deveriam
se dedicar à graduação em Astronomia ou Astrofísica mas, por comodismo
ou preguiça, não o fazem. São ótimos dissertadores de teorias e
grandes estudiosos dos temas astronômicos mas têm dificuldade para
localizar constelações no céu porque ficam meses sem olhar para cima.
Quer deixar um teórico desconfortável? Peça para mostrar-lhe a constelação
de GRUS ou CETUS que ocupam local de destaque no segundo semestre.
Peça para apontar o telescópio para algum aglomerado que não seja
visível a olho nu. Poderá perceber a enorme dificuldade em fazer o que
uma pessoa, com boa prática observacional, faz normalmente.
A astronomia amadora é, ao meu ver, uma atividade essencialmente
prática, observacional. Uma pessoa que divulga astronomia é um
divulgador e está mais associado ao marketing do que à astronomia. Um
sujeito que vende telescópios é um vendedor e isso é trabalho e não
hobby. Um sujeito que disserta sobra alinhamentos equatoriais para
astrofotografia mas nunca tirou fotos com exposição é apenas um
teórico e que ainda não consegue aplicar suas teorias na astronomia
prática. Aliás, teoria é tudo aquilo que ainda não se tem confirmação
prática.
Em 2011 comemoramos 100 anos da AAVSO. E é pra comemorar
muito. Formada por um grupo de astrônomos amadores de Harvard, em
1911, é composta por um grupo de pessoas que observa as estrelas e
anota seus brilhos, por estimativa, e os organiza formando um enorme
banco de dados de estrelas variáveis. È um grande exemplo de
astronomia amadora: prática, objetiva e extremamente democrática.
Tenho muito orgulho de fazer parte desta organização.
Aqui no Brasil ainda temos uma enorme dificuldade de ter pessoas se
organizando como na AAVSO porque ainda não se tem de forma clara e
inequívoca a necessidade imprescindível de que um astrônomo amador
deve ser, essencialmente, prático. A não compreensão dessa definição
trava o desenvolvimento da astronomia amadora brasileira. E repercute,
também, no fraco desempenho da astronomia profissional.
Observadores ocasionais e teóricos, a meu ver, em nada contribuem para
a astronomia amadora. E muitos ainda fazem confundir aqueles que
procuram uma iniciação. Uma das formas de perceber isso é quando
alguém indica uma abertura grande (200mm) em detrimento a um pequeno
refrator. Potencialmente, um refletor de 200mm é muito melhor que um pequeno
refrator mas quem pratica astronomia sabe que na prática a teoria é
outra. É muito difícil ter condições atmosféricas e climáticas tão
boas para que se utilize todo o potencial de um 200mm. É estimulado
mais o caráter estético da imagem do que a intenção científica da
observação, enfraquecendo a astronomia amadora que deve ser tratada
como ciência mais do que como estética.
O Brasil tem um potencial climático excelente para a prática da
astronomia. Mas quando vamos, por exemplo, ao LPOD, quantos
brasileiros enviam fotos pra lá? Você já viu algum brasileiro na
galeria de fotos do LPOD? De que adianta falar de galáxias distantes
se sequer conseguimos tirar fotos da Lua, astro mais próximo da Terra?
Ficamos atrás até da Austrália que tem sua própria Sky e Telescope
(australiana) e por aqui a Astronomy, editada em português, sucumbiu
em menos de dois anos.
Convido os astrônomos ocasionais a descerem do muro e assumir de vez a
astronomia amadora, observacional e prática, como um hobby levado a sério, ou seja,
como atividade freqüente e contínua, não meramente ocasional.
Intimo os teóricos a se graduarem na Astronomia ou Astrofísica e a
indicar aquisição de equipamentos e acessórios que estimulem mais a
ciência do que a contemplação meramente estética de imagens! Que escrevam livros
e construam sites didáticos para dar vazão ao que sabem antes que as
teorias vos sufoquem!
...dando vazão ao que o Bruno colocou no tópico FREQUENCIA OBSERVACIONAL, segue a minha opinião:
Muitas pessoas se consideram astrônomos amadores mas, a meu ver, não
são. A astronomia amadora é um hobby e como tal deve-se observar
algumas características. O que é ter um hobby? É ter algo a fazer que
ocupa a maior parte do nosso tempo livre, ou seja, quando não estamos
no trabalho ou dando assistência à família (cônjuge e filhos). O que
você faz no seu tempo livre? Bebe cerveja com os amigos nos finais de
semana, assiste filmes em DVD nos feriados e acompanha transmissões de
futebol no restante do tempo? E se fizer clima bom vai ao clube, praia
ou sítio? Uma pessoa com uma agenda dessas jamais teria a astronomia
amadora como hobby que é uma atividade que ocupa o tempo livre de
forma prioritária e sem fins lucrativos. Pessoas colecionam selos,
restauram carros antigos, se dedicam semanalmente à prática esportiva,
são cinéfilos, criam peixes em aquários, assistem TV, navegam na
internet, viajam periodicamente, ouvem música ou observam as estrelas.
São atividades de curta periodicidade. Algo que se faz trimestralmente
não deve ser considerado um hobby mas uma ocupação ocasional. Quem é
do tipo que observa o céu poucas vezes por ano não deve se considerar
um astrônomo amador mas apenas um entusiasta com pouca afinidade com a
astronomia observacional.
Mas temos também os teóricos de plantão que são aqueles que deveriam
se dedicar à graduação em Astronomia ou Astrofísica mas, por comodismo
ou preguiça, não o fazem. São ótimos dissertadores de teorias e
grandes estudiosos dos temas astronômicos mas têm dificuldade para
localizar constelações no céu porque ficam meses sem olhar para cima.
Quer deixar um teórico desconfortável? Peça para mostrar-lhe a constelação
de GRUS ou CETUS que ocupam local de destaque no segundo semestre.
Peça para apontar o telescópio para algum aglomerado que não seja
visível a olho nu. Poderá perceber a enorme dificuldade em fazer o que
uma pessoa, com boa prática observacional, faz normalmente.
A astronomia amadora é, ao meu ver, uma atividade essencialmente
prática, observacional. Uma pessoa que divulga astronomia é um
divulgador e está mais associado ao marketing do que à astronomia. Um
sujeito que vende telescópios é um vendedor e isso é trabalho e não
hobby. Um sujeito que disserta sobra alinhamentos equatoriais para
astrofotografia mas nunca tirou fotos com exposição é apenas um
teórico e que ainda não consegue aplicar suas teorias na astronomia
prática. Aliás, teoria é tudo aquilo que ainda não se tem confirmação
prática.
Em 2011 comemoramos 100 anos da AAVSO. E é pra comemorar
muito. Formada por um grupo de astrônomos amadores de Harvard, em
1911, é composta por um grupo de pessoas que observa as estrelas e
anota seus brilhos, por estimativa, e os organiza formando um enorme
banco de dados de estrelas variáveis. È um grande exemplo de
astronomia amadora: prática, objetiva e extremamente democrática.
Tenho muito orgulho de fazer parte desta organização.
Aqui no Brasil ainda temos uma enorme dificuldade de ter pessoas se
organizando como na AAVSO porque ainda não se tem de forma clara e
inequívoca a necessidade imprescindível de que um astrônomo amador
deve ser, essencialmente, prático. A não compreensão dessa definição
trava o desenvolvimento da astronomia amadora brasileira. E repercute,
também, no fraco desempenho da astronomia profissional.
Observadores ocasionais e teóricos, a meu ver, em nada contribuem para
a astronomia amadora. E muitos ainda fazem confundir aqueles que
procuram uma iniciação. Uma das formas de perceber isso é quando
alguém indica uma abertura grande (200mm) em detrimento a um pequeno
refrator. Potencialmente, um refletor de 200mm é muito melhor que um pequeno
refrator mas quem pratica astronomia sabe que na prática a teoria é
outra. É muito difícil ter condições atmosféricas e climáticas tão
boas para que se utilize todo o potencial de um 200mm. É estimulado
mais o caráter estético da imagem do que a intenção científica da
observação, enfraquecendo a astronomia amadora que deve ser tratada
como ciência mais do que como estética.
O Brasil tem um potencial climático excelente para a prática da
astronomia. Mas quando vamos, por exemplo, ao LPOD, quantos
brasileiros enviam fotos pra lá? Você já viu algum brasileiro na
galeria de fotos do LPOD? De que adianta falar de galáxias distantes
se sequer conseguimos tirar fotos da Lua, astro mais próximo da Terra?
Ficamos atrás até da Austrália que tem sua própria Sky e Telescope
(australiana) e por aqui a Astronomy, editada em português, sucumbiu
em menos de dois anos.
Convido os astrônomos ocasionais a descerem do muro e assumir de vez a
astronomia amadora, observacional e prática, como um hobby levado a sério, ou seja,
como atividade freqüente e contínua, não meramente ocasional.
Intimo os teóricos a se graduarem na Astronomia ou Astrofísica e a
indicar aquisição de equipamentos e acessórios que estimulem mais a
ciência do que a contemplação meramente estética de imagens! Que escrevam livros
e construam sites didáticos para dar vazão ao que sabem antes que as
teorias vos sufoquem!
Re: Astronomia independente ou simples teoria?
Você colocou um ponto importante ajc:
"Em 2011 comemoramos 100 anos da AAVSO. E é pra comemorar
muito. Formada por um grupo de astrônomos amadores de Harvard, em
1911, é composta por um grupo de pessoas que observa as estrelas e
anota seus brilhos, por estimativa, e os organiza formando um enorme
banco de dados de estrelas variáveis. È um grande exemplo de
astronomia amadora: prática, objetiva e extremamente democrática.
Tenho muito orgulho de fazer parte desta organização."
-Quero deixar apenas um comentário e duas perguntas (não para você diretamente): o descobridor do planeta (agora anão) Plutão conseguiu um emprego em um grande observatório por causa dos seus astrodesenhos de marte e jupiter feitos através do seu refletor de 200mm construído por ele mesmo.
Se eu mandar para algum observatório no Chile alguns astrodesenhos meus e pedir um emprego nem que seja de faxineiro será que eu consigo?
Creio que será mais fácil eu encontrar uma supernova a olho nu.
O meu trabalho de instrutor e de manutenção na cúpula menor e nos instrumentos à disposição dos monitores no observatório da UFMG Frei Rosário não colocaram feijão na minha panela. O que eu "ganhei" lá pagando para trabalhar foi um observatório caindo aos pedaços, com uma objetiva de um refrator Zeiss/Coudé de 150mm F/15 podre de tanto fungo.
Onde estava o profissionalismo e o zêlo do astrônomo chefe responsável pelo observatório Frei Rosário?
Por acaso quando providenciei eu mesmo a limpeza da objetiva fui menos profissional do que o "profissional" chefe negligente?
"Em 2011 comemoramos 100 anos da AAVSO. E é pra comemorar
muito. Formada por um grupo de astrônomos amadores de Harvard, em
1911, é composta por um grupo de pessoas que observa as estrelas e
anota seus brilhos, por estimativa, e os organiza formando um enorme
banco de dados de estrelas variáveis. È um grande exemplo de
astronomia amadora: prática, objetiva e extremamente democrática.
Tenho muito orgulho de fazer parte desta organização."
-Quero deixar apenas um comentário e duas perguntas (não para você diretamente): o descobridor do planeta (agora anão) Plutão conseguiu um emprego em um grande observatório por causa dos seus astrodesenhos de marte e jupiter feitos através do seu refletor de 200mm construído por ele mesmo.
Se eu mandar para algum observatório no Chile alguns astrodesenhos meus e pedir um emprego nem que seja de faxineiro será que eu consigo?
Creio que será mais fácil eu encontrar uma supernova a olho nu.
O meu trabalho de instrutor e de manutenção na cúpula menor e nos instrumentos à disposição dos monitores no observatório da UFMG Frei Rosário não colocaram feijão na minha panela. O que eu "ganhei" lá pagando para trabalhar foi um observatório caindo aos pedaços, com uma objetiva de um refrator Zeiss/Coudé de 150mm F/15 podre de tanto fungo.
Onde estava o profissionalismo e o zêlo do astrônomo chefe responsável pelo observatório Frei Rosário?
Por acaso quando providenciei eu mesmo a limpeza da objetiva fui menos profissional do que o "profissional" chefe negligente?
Última edição por Bruno em Ter 24 Jan 2012, 21:47, editado 1 vez(es)
Bruno- Moderador
- Mensagens : 6551
Data de inscrição : 29/10/2011
Idade : 62
Re: Astronomia independente ou simples teoria?
E um deles sou eu..ajc escreveu:Mas temos também os teóricos de plantão que são aqueles que deveriam
se dedicar à graduação em Astronomia ou Astrofísica mas, por comodismo
ou preguiça, não o fazem.
Pelo menos não me chamo a mim próprio de Astronomo Amador.
Mas não entro numa faculdade de Astronomia ou Astrofísica, porque sou profissional de desenvolvimento de SoftWare, e já tenho 25 anos de profissão nisto.
Mas gosto sim, muito do tema, estou sempre procurando me atualizar, e procuro (e graças a esse forum encontro) espaço para divulgar minhas teorias.
Acredito que uma teoria não deva ser rejeitada, apenas porque não foi criada por alguém graduado na área.
Mas se a teoria é posta a prova, havaliada, discutida poderá ser descartada com toda razão.
Contrariando um pouco o autor do tópico, conheço sim a localização de várias constelações, mas não tenho interesse em adquirir um binóculo, trocaria essa honra, alegremente, por uma hora de observação direta utilizando o Huble..
Xevious- Astronomo Amador
- Mensagens : 272
Data de inscrição : 31/10/2011
astronomia independente
Bruno escreveu:
-Quero deixar apenas um comentário e duas perguntas (não para você diretamente): o descobridor do planeta (agora anão) Plutão conseguiu um emprego em um grande observatório por causa dos seus astrodesenhos de marte e jupiter feitos através do seu refletor de 200mm construído por ele mesmo.
Se eu mandar para algum observatório no Chile alguns astrodesenhos meus e pedir um emprego nem que seja de faxineiro será que eu consigo?
Creio que será mais fácil eu encontrar uma supernova a olho nu.
O meu trabalho de instrutor e de manutenção na cúpula menor e nos instrumentos à disposição dos monitores no observatório da UFMG Frei Rosário não colocaram feijão na minha panela. O que eu "ganhei" lá pagando para trabalhar foi um observatório caindo aos pedaços, com uma objetiva de um refrator Zeiss/Coudé de 150mm F/15 podre de tanto fungo.
Onde estava o profissionalismo e o zêlo do astrônomo chefe responsável pelo observatório Frei Rosário?
Por acaso quando providenciei eu mesmo a limpeza da objetiva fui menos profissional do que o "profissional" chefe negligente?
Bruno, seu texto é sempre muito pertinente. Esse debate entre o que é amadorismo e profissionalismo está se tornando frequente e vai acabar virando tema de algum ENAST. O Amorim vem combatendo essa ideia de "amador" já há algum tempo pois na realidade amadores fazem tabalhos profissionais como o seu amigo C. Jacques que descobre supernovas e asteroides. O CEAMIG está montando um telescopio de 25 polegadas, o ATLAS. A idéia é realmente de uma astronomia independente e não amadora. Independente porque não tem recursos do CNPQ ou do ministerio de ciencia e tecnologia. Mas será que a astronomia é apenas governamental? AAVSO tem funcionarios pagos e é uma entidade "amadora". Eles tem séde propria. São uma iniciativa privada, não governamental. Não recebem verba da NASA. Isso mostra quanto a astronomia no Brasil está atrasada em relação aos EUA. E nada te impede em ir para os EUA pois o planeta hoje é uma coisa só, uma só casa.
Se queres um emprego, a coisa fica dificil pois nem os astronomos graduados com mestrado e doutorado estão conseguindo algo. Mas como autonomo, você pode dar cursos e palestras, como atividades remuneradas. Eu lembro de um sujeito, aqui do interior de Minas, que montou um observatorio em casa e cobrava entrada, 15 reais. Isso é ser independente, remunerado ou não.
Com relação ao Chile, eu não gostaria de ir pra lá. Frio demais, seco demais, longe demais e a maior parte de quem trabalha por lá são pessoas ligadas à manutenção de equipamentos, ou seja, instrumentadores. Os astronomos, na sua grande parte, ficam em casa, recebendo os dados encomendados.
A astronomia no Brasil precisa evoluir e isso será esforço conjunto com "amadores" ou "profissionais", independentes ou funcionarios do governo, remunerados ou apenas voluntários. Como brilhantemente define o Amorim, "não precisamos trabalhar juntos mas em conjunto".
Re: Astronomia independente ou simples teoria?
Xevious escreveu:
Mas não entro numa faculdade de Astronomia ou Astrofísica, porque sou profissional de desenvolvimento de SoftWare, e já tenho 25 anos de profissão nisto.
Mas gosto sim, muito do tema, estou sempre procurando me atualizar, e procuro (e graças a esse forum encontro) espaço para divulgar minhas teorias.
Acredito que uma teoria não deva ser rejeitada, apenas porque não foi criada por alguém graduado na área.
Mas se a teoria é posta a prova, havaliada, discutida poderá ser descartada com toda razão.
Contrariando um pouco o autor do tópico, conheço sim a localização de várias constelações, mas não tenho interesse em adquirir um binóculo, trocaria essa honra, alegremente, por uma hora de observação direta utilizando o Huble..
Olá Xevious,
...teóricos são sempre muito importantes. Einstein foi um grande teórico. Fica aqui o meu incentivo: se você gosta de teorias, escreva livros e crie sites com seus próprios conteúdos teóricos. Explique e divulgue sua teoria de forma clara e objetiva. Esponha seus argumentos no EREA do seu estado e se possível, no ENAST. Seja participativo, faça da sua astronomia teórica a ponte para o nosso crescimento cientifico! A sugestão da graduação é para que usufruisse de alguma bolsa de estudos da CAPES ou coisa parecida. E também pelo fato de que teórios, atualmente, se desenvolvem bem em ambiente academico.
Re: Astronomia independente ou simples teoria?
Olá ajc,
muito interessante esse tema "astronomia independente". Você fez boas colocações. Vamos aprofundar mais essa questão pois as horas de sono atrasadas jamais nos serão restituídas ou reconhecidas pela turma do CNPQ e do ministério da ciência e tecnologia.
Já que o governo e/ou estas entidades não estão interessadas com as nossas voluntárias e intermináveis horas de pesquisas (no caso das observações sistemáticas e não como um lazer), a iniciativa privada é uma perspectiva interessantíssima, e devemos sempre pesquisar onde ou como captar recursos para tornar isso uma realidade ampla e para todos.
Quanto aos observatórios no Chile foi só um exemplo, não tenho a mínima atração por aqueles observatórios quadrados e sem nenhum design clássico de telescópio. Além do mais aqueles profissionais em astronomia estão acostumados a observar o céu através de monitores e numa sala climatizada, e tenho minhas dúvidas de que se eles aguentariam uma semana de observações sistemáticas debaixo do sereno com instrumentos de acompanhamento manual e com as mãos congeladas de frio.
Mas é isso aí companheiro, não quero e nem devo julgar mas duvidar da capacidade de alguns dessa turma de profissionais em astronomia de hoje para isso eu tive motivos de sobra, pelo menos lá no observatório Frei Rosário da UFMG, onde ví de tudo, menos a prática da astronomia.
muito interessante esse tema "astronomia independente". Você fez boas colocações. Vamos aprofundar mais essa questão pois as horas de sono atrasadas jamais nos serão restituídas ou reconhecidas pela turma do CNPQ e do ministério da ciência e tecnologia.
Já que o governo e/ou estas entidades não estão interessadas com as nossas voluntárias e intermináveis horas de pesquisas (no caso das observações sistemáticas e não como um lazer), a iniciativa privada é uma perspectiva interessantíssima, e devemos sempre pesquisar onde ou como captar recursos para tornar isso uma realidade ampla e para todos.
Quanto aos observatórios no Chile foi só um exemplo, não tenho a mínima atração por aqueles observatórios quadrados e sem nenhum design clássico de telescópio. Além do mais aqueles profissionais em astronomia estão acostumados a observar o céu através de monitores e numa sala climatizada, e tenho minhas dúvidas de que se eles aguentariam uma semana de observações sistemáticas debaixo do sereno com instrumentos de acompanhamento manual e com as mãos congeladas de frio.
Mas é isso aí companheiro, não quero e nem devo julgar mas duvidar da capacidade de alguns dessa turma de profissionais em astronomia de hoje para isso eu tive motivos de sobra, pelo menos lá no observatório Frei Rosário da UFMG, onde ví de tudo, menos a prática da astronomia.
Bruno- Moderador
- Mensagens : 6551
Data de inscrição : 29/10/2011
Idade : 62
Re: Astronomia independente ou simples teoria?
Obrigado pelo seus conselhos.ajc escreveu:A sugestão da graduação é para que usufruisse de alguma bolsa de estudos da CAPES ou coisa parecida. E também pelo fato de que teórios, atualmente, se desenvolvem bem em ambiente academico.
Além da informática em geral (sou Analista de Sistemas de profissão) duas áreas sempre me despertaram muito interesse, a astrofísica, e a ecologia.
Cheguei a ter o prazer de unir duas áreas de interesse minhas, uma vez quando fiz um sistema que servia para manutenção da qualidade da agua do Rio Grande do Sul, e outra vez quando fui gerente de informática, numa refinaria, e esta refinaria era bastante ecológica, já que ela produzia a própria eletriciade que consumia, e ainda sobrava, no caso a produção de energia era derivada do calor das reações da refinaria.
Mas nunca tive a oportunidade de fazer um sistema relacionado a astrofisica.
Só um a muito tempo, fiz um sistema que podia ser operado como um simulador de viagens espaciais.
Eu consegui colocar cálculos de órbitas dos planetas, e algumas luas também, e então podia-se viajar de um a outro planeta, mas os recursos gráficos eram mínimos, porque fiz isto antes de existirem os PCs de hoje em dia.
Bem é isso, é bom trabalhar noq se gosta, gostaria que podesse trabalhar mais em áreas que tivesse interesse, acho que deu pra entender né.
Acabei de passar no ProUni (poisZé nem sou formado, apesar de ter 25 anos de profissão na área), gostaria muito de fazer um curso relacionado a astrofisica, mas não havia disponibilidade, vou fazer "Sistemas de Informação".. que certamente é interessante pra minha área profissional.
Xevious- Astronomo Amador
- Mensagens : 272
Data de inscrição : 31/10/2011
prática amadora
Bruno escreveu:
Quanto aos observatórios no Chile foi só um exemplo, não tenho a mínima atração por aqueles observatórios quadrados e sem nenhum design clássico de telescópio. Além do mais aqueles profissionais em astronomia estão acostumados a observar o céu através de monitores e numa sala climatizada, e tenho minhas dúvidas de que se eles aguentariam uma semana de observações sistemáticas debaixo do sereno com instrumentos de acompanhamento manual e com as mãos congeladas de frio.
Caro Bruno, nós devemos dar o seguinte recado à sociedade: o que é feito naqueles grande quadrados do VLT, no Chile, é muito importante, mas o que se faz em um telescópio doméstico é igualmente importante. Monitoramento de cometas, tempestades em Marte, estrelas variáveis, atividade solar, mudanças na atmosfera de Júpiter e TLPs lunares, são contribuições de uma astronomia feita no quintal de casa. Se não existe esse reconhecimento no Brasil é porque somos poucos em número, basta ver os sobreviventes da REA. Por isso intimo os "amadores" a quantificarem suas observações de forma profissional como é feito na ALPO e AAVSO, com seu valor reconhecido internacionalmente.
Re: Astronomia independente ou simples teoria?
Tem todo o meu apoio e com certeza o da equipe do Astro Fórum também. Vamos nos organizar.
Bruno- Moderador
- Mensagens : 6551
Data de inscrição : 29/10/2011
Idade : 62
Re: Astronomia independente ou simples teoria?
Pois é isto ajc,
baseado na sua última colocação e como o Astro Fórum é uma astronomia para todos deixo aqui registrado um bom exemplo de um trabalho sistemático feito através daqueles caixotes climatizados lá no deserto do atacama no Chile, com ao todo 4 espelhos de 8200mm de abertura operando em conjunto no visível e no infra-vermelho com uma resolução de até 0,001 segundos de arco, o que permitiu a proeza de terem descoberto o primeiro exoplaneta. Nem o Hubble viu.
Ainda bem que só me meto com planetas do nosso sistema solar!
baseado na sua última colocação e como o Astro Fórum é uma astronomia para todos deixo aqui registrado um bom exemplo de um trabalho sistemático feito através daqueles caixotes climatizados lá no deserto do atacama no Chile, com ao todo 4 espelhos de 8200mm de abertura operando em conjunto no visível e no infra-vermelho com uma resolução de até 0,001 segundos de arco, o que permitiu a proeza de terem descoberto o primeiro exoplaneta. Nem o Hubble viu.
Ainda bem que só me meto com planetas do nosso sistema solar!
Bruno- Moderador
- Mensagens : 6551
Data de inscrição : 29/10/2011
Idade : 62
Amadorismo profissional
Prezados (as), quando postei esse tópico, no começo de 2012, ressaltei a importância do astronomo que, mesmo sobre um rótulo "amador", presta um serviço profissional. Agora trago-lhes um exemplo prático: aquele quem recebeu o premio Jean Nicolini na edição do ENAST em 2011, Alexandre Amorim, de Florianópolis, está lançando um livro sobre a astronomia praticada pelo Sr. Brazilício. O livro será comercializado e trará dividendos ao autor, vejam:
http://www.go.to/c1
Sem apoio do ON, SAB ou qualquer instituição astronomica do Brasil. É o astronomo amador que de amador só tem o nome. E muitos, considerados profissionais, não fazem algo tão expressivo.
http://www.go.to/c1
Sem apoio do ON, SAB ou qualquer instituição astronomica do Brasil. É o astronomo amador que de amador só tem o nome. E muitos, considerados profissionais, não fazem algo tão expressivo.
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