M42 - Nebulosa de ORION - 10 de janeiro

Magnitude pelo Stellarium calculada em 4.00.
Na cidade onde resido e no momento observando a nebulosa através da janela do 5° andar, com um Heritage de 114mm e F/4.38, vou deixar aqui o relato do que consegui observar.
A ampliação utilizada foi de 20x com uma ocular Plossl de 25mm, com a Starguider conseguiria imagens um pouco melhores, digo um pouco devido a PL local, que para uma cidade de menos de 300.000 habitantes é bem intensa.

Nota-se claramente as estrelas mais brilhantes formarem um conjunto de 3 enormes esferas, as demais, não são resolvidas e apenas algumas menores e com muito esforço podem ser observadas.
As nuvens da nebulosa são esparsas, entretanto, não muito visíveis.
Se o observador ficar pelo menos 10min persistentemente poderá então na medida de uma melhor acuidade observar com melhor contraste.

Para terem uma ideia, dessa janela leste, observar DSO com 5° de magnitude é um tremendo esforço. Aglomerados da constelação do Escorpião por exemplo são bem visíveis, e os demais que estão disponíveis nessa época do ano por volta das 22h, é praticamente inviável, mesmo com 114mm de abertura a um F curto.

A nebulosa de ORION - M42 - foi observada a uma altitude média de 40°, pois já acima disso não consigo mais colocá-la em campo devido ao teto limite da janela. Com exceção de um refrator que poderia ser estendido para fora.

Há noites mais propícias, principalmente após um dia chuvoso, onde a poluição industrial é em grande parte eliminada assim como a atmosfera também encontra-se mais estável com ventos mais fracos. Seguirei na medida do possível quando o céu estiver viável para observações e farei mais relatos da mesma nebulosa. Não creio que esse quadro mudará muito, e logo, poderei novamente ir ao terraço, perto do fim do mês e certamente a descrição será diferente devido a uma distância maior de luzes parasitas e por ter uma grau de céu mais elevado até o zênite.

Interessante o seu relato AGM, seria legal se o pessoal relatasse mais as suas observações, ainda mais com riqueza de detalhes como você fez.


Acho que a baixa elevação dos objetos no céu à qual você está limitado é o que está atrapalhando mais. Aqui a observação de nebulosas com elevações baixas é bastante frustrante.

Moro numa cidade com 3 milhões de habitantes e usei um 114mm f/4.4 por uns 3 anos, talvez possamos trocar umas ideias a respeito do uso deste equipamento.

Nota-se claramente as estrelas mais brilhantes formarem um conjunto de 3 enormes esferas, as demais, não são resolvidas e apenas algumas menores e com muito esforço podem ser observadas.

Nesta observação você utilizou uma pupila de saída de 5,7mm. Pelo seu relato as estrelas não ficavam pontuais. Em pupilas de saída grandes as aberrações inerentes aos nossos olhos tendem a atrapalhar mais, em especial astigmatismo e aberração esférica.

Este é um detalhe importante que aprendi com meu 114mm: É preciso encontrar a maior pupila de saída possível onde as aberrações dos nossos olhos estejam não interfiram tanto. No meu caso, parece ser algo entre 4mm e 4,5mm. Me lembro que com minhas oculares de 25mm (tive três, MA, Plossl e HD-60) eu não conseguia estrelas pontuais no centro do campo, a maior diferença entre elas era a correção do campo e o contraste. No começo eu culpava o equipamento e as oculares, mas com o tempo fui percebendo que o problema eram meus próprios olhos...

As nuvens da nebulosa são esparsas, entretanto, não muito visíveis. Neutral
Se o observador ficar pelo menos 10min persistentemente poderá então na medida de uma melhor acuidade observar com melhor contraste.

Este é um detalhe muito importante da observação de nebulosas, é preciso tempo para ver melhor. É algo que às vezes esquecemos de dizer aos principiantes...

Para terem uma ideia, dessa janela leste, observar DSO com 5° de magnitude é um tremendo esforço. Aglomerados da constelação do Escorpião por exemplo são bem visíveis, e os demais que estão disponíveis nessa época do ano por volta das 22h, é praticamente inviável, mesmo com 114mm de abertura a um F curto.

Sério AGM? Mas não consegue observar DSOs acima de mag. 5 com o telescópio? Então a PL aí deve ser bem forte mesmo.

Há noites mais propícias, principalmente após um dia chuvoso, onde a poluição industrial é em grande parte eliminada assim como a atmosfera também encontra-se mais estável com ventos mais fracos. Seguirei na medida do possível quando o céu estiver viável para observações e farei mais relatos da mesma nebulosa. Não creio que esse quadro mudará muito, e logo, poderei novamente ir ao terraço, perto do fim do mês e certamente a descrição será diferente devido a uma distância maior de luzes parasitas e por ter uma grau de céu mais elevado até o zênite.

Muito legal sua atitude de fazer relatos do mesmo objeto em diferentes noites. Será muito útil para quem está começando, para ter uma ideia melhor de como é a observação de DSOs, e o quanto as condições podem variar de uma noite para a outra.

Pessoal! Ainda estou devendo aqui mais testes, ontem era para ser uma noite que prenunciava até por volta das 20h. Mas nas horas decorrentes as nuvens flocadas tomaram conta do firmamento e não teve jeito. Até mirei o telescópio dentre algumas brechas, mas nada que eu pudesse fazer alguma nova avaliação.

E se tratando disso, ainda continuarei na constelação de Orion seguindo o que já havia descrito nos relatos. Hoje está quente, mas com um ar mais seco, pode ser que bem a noite o céu fique liberto de nuvens e tudo venha à tona. Se assim for, conseguirei novos resultados. Minhas análises de magnitude aparente são relativas aos dados do Stellarium comparadas ao que vejo no céu em uma determinada noite, se alguém conhece algum software que possa acrescentar dados mais específicos para uma pesquisa assim, pode colocar o link como resposta.

De fato fico curioso, e usei muito pouco, o Cartes du Ciel. Funciona no Virtuoso e apesar de gráficos não tão apurados, parece-me uma interface mais profissional para análises e estudos. - Alguma dica de alguém?