Mercúrio em setembro de 2014

ajc escreveu:Mercúrio está em boa fase para se observar, no fim de tarde.

Em condições favoráveis mercúrio subtende um ângulo de 7 segundos. Isso significa que será necessária uma ampliação de 260x para que ele possa ser visto do mesmo tamanho da lua vista a olho nu, entretanto essa ampliação será excessiva quando ele se encontrar muito próximo da linha do horizonte. Instrumentos de abertura mediana (refratores de 3" e refletores de 6"), podem num céu claro avistar mercúrio em pleno dia mesmo a apenas 20º do sol. Apesar da claridade da luz do dia a imagem geralmente se mostra sem turbulência, e o planeta poderá ser estudado com aumentos da ordem de 200x a 300x. Muitos observadores afirmam que os melhores momentos para se procurarem eventuais manchas na sua superfície, situam-se uma ou duas horas antes do amanhecer ou do pôr do sol, pois ao contrário do que se pensa  para a observação visual desse planeta um céu muito escuro não facilita a sua observação. Não devemos também esperar muito dessas observações, e a visualização de um pequeno pormenor já pode ser considerado um bom resultado.

Algumas dicas para observar mercúrio:
Com refratores de 50mm a 60mm de abertura veremos uma miniatura que poderá com algumas reservas mostrar as suas fases.
Refratores entre 70mm a 90mm de abertura e refletores com 114mm utilizando aumentos entre 100x a 160x, nos permitirão discernir a forma de fase do planeta, e com um pouco de sorte alguma eventual mancha maior ou mais proeminente poderá ser detectada.
Interessante é que foram descobertas calotas polares em Mercúrio à despeito da sua proximidade com o Sol, com o material congelado concentrando-se no fundo de crateras nos pólos e que nunca receberam raios solares.
Com refletores de 150mm a 180mm de abertura poderemos sob boas condições tentar mapear alguma configuração ou mancha em sua superfície.
Com refratores de 100mm de abertura ou refletores com 200mm, além das observações anteriores alguns detalhes poderão ser registrados com uma certa frequência, inclusive o chamado "efeito Schroter" que é uma discrepância entre os diâmetros aparentes das fases observadas e as teoricamente previstas.