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Tira dúvidas.
Conforme sujestão do nosso colega Bruno, estou criando este espaço para que possamos discutir assuntos e tirar dúvidas referentes a telescópios, montagens, oculares, etc...
Durva- Astronomo Amador
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Re: Tira dúvidas.
Vi o anuncio deste telescópio e queria entender como funciona, pois no anuncio diz que ele tem distância focal de 1200mm, mas o tubo não passa dos 400mm.
Durva- Astronomo Amador
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Re: Tira dúvidas.
Esqueci de colocar o link, aqui está: http://www.microsofttranslator.com/bv.aspx?ref=SERP&br=ro&mkt=pt-BR&dl=pt&lp=EN_PT&a=http%3a%2f%2ftelescopes.net%2fstore%2f3284-viper-90mm-maksutov-cassegrain-telescope-with-a-high-speed-motor-driven-altazimuth-mount.html
Durva- Astronomo Amador
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Re: Tira dúvidas.
Olá Durva, boa idéia essa de criar um tópico específico para se tirar dúvidas pois poderão serem postadas aqui quaisquer dúvidas e nenhuma será OFF TOPIC, e na verdade a iniciativa é toda sua.Durva escreveu:Vi o anuncio deste telescópio e queria entender como funciona, pois no anuncio diz que ele tem distância focal de 1200mm, mas o tubo não passa dos 400mm.
Quanto à sua pergunta esse é um modelo de telescópio chamado de Catadióptrico e dá-se o nome de Maksutov Cassegrain a esse instrumento. Ao contrário do tradicional modelo Schimidt que possui um disco de vidro (placa corretora) na parte posterior do tubo, esse "MAK" possui no lugar desta placa um tipo de lente chamada de menisco divergente que possui uma face côncava e a outra convexa, e essa última é voltada na direção do espelho primário e que funciona como um secundário. Não bastasse esse telescópio ainda tem um espelho secundário independente do menisco e com isso acaba proporcionando distâncias focais diferentes, além de a aberração esférica do espelho ser corrigida pelo menisco (grande vantagem sobre os refletores comuns). Dessa forma a luz coligida pelo espelho primário será refletida no interior do tubo, fazendo com que um instrumento com uma distância focal de 1200mm possa ser montado num tubo de 300 a 400mm ou seja, até 3 vezes menor do que a distância focal do espelho.
Espero que tenha respondido claramente. Qualquer outra dúvida estamos aí, ok?
Abraço.
Bruno
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Última edição por Bruno em Ter 06 Nov 2012, 06:54, editado 1 vez(es)
Bruno- Moderador
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Re: Tira dúvidas.
Muito bem respondido. Mas essas lentes extras não interferem na qualidade das imagens? Pois são mais elementos ópticos entre o objeto observado e o olho, não?!
Durva- Astronomo Amador
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Re: Tira dúvidas.
Na verdade qualquer coisa que se interponha entre o espelho e o olho do observador irá diminuir a superfície refletora e provocará uma sombra o centro do espelho primário, entretanto em detrimento de uma perda de luminosidade haverá na imagem coligida um ganho de contraste com o aumento da razão focal, além da aberração esférica ser corrigida pelo menisco. Em relação às imagens de um refrator com a mesma abertura como o comumente encontrado de 90mm F/10 por exemplo, um MAKSUTOV de 90mm F/13.3 irá proporcionar imagens superiores em termos de contraste e livre de aberrações.
Bruno
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Bruno
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Bruno- Moderador
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Re: Tira dúvidas.
Pergunta:Uma abertura maior me dará mais luminosidade, mas um refrator de 90mm F/10 em termos de qualidade na imagem será quase igual a um 70mm F/10?
Resposta:
Não pois uma abertura de 90mm mostra mais detalhes (poder de resolução) do que uma de 70mm. E apresentará mais luminosidade pois a objetiva sendo maior irá coligir mais luz também. Podemos dizer que o setentinha é superior a um 60mm F/10 pois a abertura dele é maior e por eles terem o mesmo F, porém um 70mm F/5 terá um contraste inferior do que num 60mm F/10 por ter um F maior apesar da abertura inferior. Cada instrumento tem uma característica, uns são bons no contraste, outros apresentam mais resolução por causa de uma maior abertura. Pode-se juntar tudo em um refrator ou um refletor que tenha uma boa abertura e uma razão focal 15 para o primeiro e 10 para o segundo, mas eles ficarão com um tubo muito longo, daí então eles terem inventado o Maksutov que possui uma dist. focal longa em um tubo compacto. Só podemos comparar as imagens de um setentinha da Vixen com um outro 70mm F/10, ou seja, com um Powerseeker 70mm F/10 por exemplo pois eles tem as mesmas características mas a ótica e o fabricante são diferentes, vc vai comparar a dispersão da luz na objetiva, o contraste proporcionado pelo revestimento nas lentes, e etc...
Bruno
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Resposta:
Não pois uma abertura de 90mm mostra mais detalhes (poder de resolução) do que uma de 70mm. E apresentará mais luminosidade pois a objetiva sendo maior irá coligir mais luz também. Podemos dizer que o setentinha é superior a um 60mm F/10 pois a abertura dele é maior e por eles terem o mesmo F, porém um 70mm F/5 terá um contraste inferior do que num 60mm F/10 por ter um F maior apesar da abertura inferior. Cada instrumento tem uma característica, uns são bons no contraste, outros apresentam mais resolução por causa de uma maior abertura. Pode-se juntar tudo em um refrator ou um refletor que tenha uma boa abertura e uma razão focal 15 para o primeiro e 10 para o segundo, mas eles ficarão com um tubo muito longo, daí então eles terem inventado o Maksutov que possui uma dist. focal longa em um tubo compacto. Só podemos comparar as imagens de um setentinha da Vixen com um outro 70mm F/10, ou seja, com um Powerseeker 70mm F/10 por exemplo pois eles tem as mesmas características mas a ótica e o fabricante são diferentes, vc vai comparar a dispersão da luz na objetiva, o contraste proporcionado pelo revestimento nas lentes, e etc...
Bruno
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Última edição por Bruno em Ter 06 Nov 2012, 15:47, editado 1 vez(es)
Bruno- Moderador
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Re: Tira dúvidas.
Pergunta:
Uma ocular de 5mm quer seja kokusai ou planetária, será útil no meu telescópio refrator de 70mm F/10? E se eu comprar outro telescópio mais tarde ela vai ser útil nele também?
Resposta:
Veja uma ocular que poderá te servir depois lá na frente. Se vc comprar uma de 5mm ela será útil com instrumentos que tenham um F mediano ou abaixo de 12 por exemplo. Se no futuro vc vier a adquirir um instrumento com mais de 1000mm de dist. focal ela já não será funcional. Um refrator com 100mm de abertura e 1000mm de dist. focal utilizando uma ocular de 5mm vai proporcionar 200x, e com 1200mm de dist. focal será 240x, praticamente no limite máximo teórico de aumentos para uma abertura de 100mm que é de 250x e que nem sempre é alcançado (limite máximo téorico de aumentos = 2.5 x a abertura do instrumento em milímetros). Acima de 1200mm de dist. focal uma ocular de 5mm mesmo sendo planetária vai estourar o limite imposto pela abertura do telescópio. Por exemplo, no caso daquele Vixen de 90mm de abertura e F/13.3 (d/f 1200mm), 1200mm/5mm=240x entretanto o aumento máximo teórico para o 90mm é 225x, portanto ela estourou o limite desse instrumento, e na prática será inútil. Um investimento em oculares de dist. focal curta deve ser pensado minuciosamente. Uma ocular de 5mm num 70mm F/10 (140x) ou num 90mm F/10 (180x) vai ficar bom, entretanto para um outro instrumento mesmo tendo a mesma abertura mas com um F/13.3 essa ocular não será útil pois vai ultrapassar o limite máximo de aumentos.
Bruno
Moderador
Uma ocular de 5mm quer seja kokusai ou planetária, será útil no meu telescópio refrator de 70mm F/10? E se eu comprar outro telescópio mais tarde ela vai ser útil nele também?
Resposta:
Veja uma ocular que poderá te servir depois lá na frente. Se vc comprar uma de 5mm ela será útil com instrumentos que tenham um F mediano ou abaixo de 12 por exemplo. Se no futuro vc vier a adquirir um instrumento com mais de 1000mm de dist. focal ela já não será funcional. Um refrator com 100mm de abertura e 1000mm de dist. focal utilizando uma ocular de 5mm vai proporcionar 200x, e com 1200mm de dist. focal será 240x, praticamente no limite máximo teórico de aumentos para uma abertura de 100mm que é de 250x e que nem sempre é alcançado (limite máximo téorico de aumentos = 2.5 x a abertura do instrumento em milímetros). Acima de 1200mm de dist. focal uma ocular de 5mm mesmo sendo planetária vai estourar o limite imposto pela abertura do telescópio. Por exemplo, no caso daquele Vixen de 90mm de abertura e F/13.3 (d/f 1200mm), 1200mm/5mm=240x entretanto o aumento máximo teórico para o 90mm é 225x, portanto ela estourou o limite desse instrumento, e na prática será inútil. Um investimento em oculares de dist. focal curta deve ser pensado minuciosamente. Uma ocular de 5mm num 70mm F/10 (140x) ou num 90mm F/10 (180x) vai ficar bom, entretanto para um outro instrumento mesmo tendo a mesma abertura mas com um F/13.3 essa ocular não será útil pois vai ultrapassar o limite máximo de aumentos.
Bruno
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Re: Tira dúvidas.
Olá Bruno, e se essa ocular planetária for de 6mm. Faz alguma diferença? Pois na verdade queria uma lente que alcançasse aumentos pelo menos maiores que 100x, sem a necessidade da utilização de uma barlow. Espero que diminuindo uma lente na observação de planetas eu possa ganhar em qualidade. Será que estou correto, ou a influência dessa lente é irrelevante?
Durva- Astronomo Amador
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Re: Tira dúvidas.
Olá Durva, dei uma resumida nas suas perguntas mas é isso:Durva escreveu:
1-e se essa ocular planetária for de 6mm. Faz alguma diferença?
2-a influência dessa lente (barlow) é irrelevante?
1- Bastante pois com o refrator de 70mm F/10 a ocular de 5mm proporciona 140x e com a de 6mm cai para 116x. É verdade que não se pode usar o mesmo aumento máximo em todos os planetas, e enquanto na observação de jupiter com esse refrator o máximo recomendado seria entre 116x e 140x, na observação de saturno por exemplo ele aguenta até 175x pois a coloração alaranjada desse planeta favorece fortes aumentos. No caso de um telescópio refrator com um F/10 a ocular de 5mm pode funcionar muito bem, e a imagem de jupiter com uma ocular de 6mm e 116x embora seja menor apresentará mais nitidez e contraste.
2- Parece uma resposta simples mas não tanto assim. Você mesmo respondeu: " diminuindo uma lente na observação de planetas e ganhando em qualidade". Essa qualidade consiste em mais luminosidade, entretanto um F/10 ainda é bastante luminoso, então a perda de luminosidade por causa do uso de uma barlow nesse caso pode favorecer. Quanto à Planetária, ela possui mais elementos na sua constituição do que uma Plossl comum, e nesse caso a luz também sofre uma perda, não muito significativa mas suficientemente nítida. Vai então da qualidade da barlow, se ela for constituída com uma lente feita de vidro com baixa dispersão (ED) as imagens se apresentarão menos escurecidas, o que torna esse acessório muito útil quando utilizado corretamente.
Bruno
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Re: Tira dúvidas.
Queria acrescentar que uma barlow para ser boa não tem necessáriamente de ser constituída por vidro ED. Uma barlow comum de 2x de uma marca conceituada no mercado como a da GSO por exemplo, se for usada corretamente, ou seja, com uma ocular de dist. focal mediana (8mm a 12mm) pode fazer também um bom trabalho, principalmente em telescópios mais luminosos ou com um F curto ou mediano (entre 5 e 11).Durva escreveu: a influência dessa lente
Bruno
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Bruno- Moderador
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os aumentos
Bruno escreveu:
... É verdade que não se pode usar o mesmo aumento máximo em todos os planetas, e enquanto na observação de jupiter com esse refrator o máximo recomendado seria entre 116x e 140x, na observação de saturno por exemplo ele aguenta até 175x pois a coloração alaranjada desse planeta favorece fortes aumentos. No caso de um telescópio refrator com um F/10 a ocular de 5mm pode funcionar muito bem, e a imagem de jupiter com uma ocular de 6mm e 116x embora seja menor apresentará mais nitidez e contraste.
2- Parece uma resposta simples mas não tanto assim. Você mesmo respondeu: " diminuindo uma lente na observação de planetas e ganhando em qualidade". Essa qualidade consiste em mais luminosidade, entretanto um F/10 ainda é bastante luminoso, então a perda de luminosidade por causa do uso de uma barlow nesse caso pode favorecer. Quanto à Planetária, ela possui mais elementos na sua constituição do que uma Plossl comum, e nesse caso a luz também sofre uma perda, não muito significativa mas suficientemente nítida. Vai então da qualidade da barlow, se ela for constituída com uma lente feita de vidro com baixa dispersão (ED) as imagens se apresentarão menos escurecidas, o que torna esse acessório muito útil quando utilizado corretamente.[/justify]
Bruno
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Pessoal, como existe um lado subjetivo na observação, vou dar o meu testemunho:
1 - usando um 60mm F/13, com 133x, Saturno fica muito escuro e Júpiter fica mais confortável por ser mais brilhante. Ou seja, prefiro um aumento MENOR para Saturno (100x para 60mm F/13);
2 - usando um 60mm F/13, com 133x, as terras altas, mais brilhantes na Lua, como Clavius e Tycho, ficam ótimas mas as regiões dos mares ficam muito escuras, prejudicando a observação mesmo em uma imagem super nítida. Ou seja, 100x para as partes mais escuras melhoram a imagem;
3 - a minha dica é NÃO USAR BARLOW 2X que não seja APO pois EM ALGUNS CASOS, podem surgir aberrações cromáticas. Sugiro usar aquela Barlow de 1,5x da GSO que interfere menos na qualidade da imagem;
4 - lembrando que aumentos acima de 150x vão exigir montagens muito mais firmes e um focalizador mais preciso;
Dúvida ocular 6mm.
Pergunta:
Depois de todas as explicações sobre oculares e distância focal, cheguei a uma dúvida final, pois vou adquirir uma que eu possa usar num próximo equipamento.
O que é mais indicado:
Pegar uma Omegon 6mm ou uma WA 6mm (116x) para o setentinha e que irão fornecer 200x num tele de distância focal com 1200mm. Qual delas me daria mais contraste e qualidade nas imagens?
Resposta:
Omegon Planetária - Serie LE 6mm: a ocular Omegon Planetária - Serie LE 6mm 1.25" possui na sua distribuição interna 7 elementos (lentes) dispostas em quatro grupos. Essas lentes nas bordas são escurecidos para mascarar distorções nessa área do campo, tendo as suas superfícies revestimentos (coating) como múltiplas camadas anti-reflexo, melhorando o contraste nos instrumentos luminosos como os que possuem um F entre 5 e 11.
Esta ocular possui um confortável distânciamento de olho de 20mm facilitando as coisas para os observadores que usam óculos. Ela possui um campo de 55º com a viseira dobrável, não sendo essencial manter o olho no eixo ótico. Na prática ela apresentará ótimas imagens com aumentos compatíveis com a abertura do instrumento, onde o destaque estará nos contrastes. Agora cuidado, por exemplo, Jupiter é um planeta que apesar de possuir um diâmetro aparente grande os detalhes em sua superfície se apresentam na observação visual bastante esmaecidos, se comparados com as astrofotografias dele na mesma ocasião. Com essa ocular planetária também não haverá excessão mas o segrêdo para se extrair o máximo dela será não abusar dos aumentos. Um telescópio de 90mm e 1200mm de distância focal suporta 225x, e como essa ocular vai proporcionar 200x vai estar dentro do limite máximo para essa abertura. Entretanto, dependendo do planeta que formos observar essa ocular não será útil também mesmo com a dist. focal de 1200mm, pois não existe uma ocular que ofereça a mesma performance em quantidade de detalhes para todos os planetas. Um aumento de 200x em jupiter com um 90mm será muito, o ideal seria algo em torno de 135x. Já em marte e saturno no mesmo instrumento 200x seria perfeitamente tolerável.
WA 6mm 66º: o que diferencia essa ocular da planetária é o seu campo imenso principalmente com a viseira dobrada, são incríveis 66º. Em um instrumento que aguente entre 150x e 200x ela se mostra excepcional na observação planetária e de estrelas duplas, pois ela possui um bom sistema de revestimento (coating) nas lentes. O mesmo não se pode dizer na observação lunar pois devido ao brilho excessivo da lua ela apresenta fortes "fantasmas" (reflexos internos), que se o instrumento não tiver motor de acompanhamento para mantê-la sempre no centro do campo da ocular o uso dela vai tornar-se impraticável. Uma pequena barlow que se encontra dentro dessa ocular também não favorece muito provocando mais reflexos luminosos no caso da observação de objetos muito brilhantes como a lua.
Conclusão: Se no seu pacote de observações está incluída a Lua, e o seu instrumento não possui motor de acompanhamento, prefira a Planetária, você perde em campo (-11º) mas ganha em qualidade.
Bruno
Moderador
Depois de todas as explicações sobre oculares e distância focal, cheguei a uma dúvida final, pois vou adquirir uma que eu possa usar num próximo equipamento.
O que é mais indicado:
Pegar uma Omegon 6mm ou uma WA 6mm (116x) para o setentinha e que irão fornecer 200x num tele de distância focal com 1200mm. Qual delas me daria mais contraste e qualidade nas imagens?
Resposta:
Omegon Planetária - Serie LE 6mm: a ocular Omegon Planetária - Serie LE 6mm 1.25" possui na sua distribuição interna 7 elementos (lentes) dispostas em quatro grupos. Essas lentes nas bordas são escurecidos para mascarar distorções nessa área do campo, tendo as suas superfícies revestimentos (coating) como múltiplas camadas anti-reflexo, melhorando o contraste nos instrumentos luminosos como os que possuem um F entre 5 e 11.
Esta ocular possui um confortável distânciamento de olho de 20mm facilitando as coisas para os observadores que usam óculos. Ela possui um campo de 55º com a viseira dobrável, não sendo essencial manter o olho no eixo ótico. Na prática ela apresentará ótimas imagens com aumentos compatíveis com a abertura do instrumento, onde o destaque estará nos contrastes. Agora cuidado, por exemplo, Jupiter é um planeta que apesar de possuir um diâmetro aparente grande os detalhes em sua superfície se apresentam na observação visual bastante esmaecidos, se comparados com as astrofotografias dele na mesma ocasião. Com essa ocular planetária também não haverá excessão mas o segrêdo para se extrair o máximo dela será não abusar dos aumentos. Um telescópio de 90mm e 1200mm de distância focal suporta 225x, e como essa ocular vai proporcionar 200x vai estar dentro do limite máximo para essa abertura. Entretanto, dependendo do planeta que formos observar essa ocular não será útil também mesmo com a dist. focal de 1200mm, pois não existe uma ocular que ofereça a mesma performance em quantidade de detalhes para todos os planetas. Um aumento de 200x em jupiter com um 90mm será muito, o ideal seria algo em torno de 135x. Já em marte e saturno no mesmo instrumento 200x seria perfeitamente tolerável.
WA 6mm 66º: o que diferencia essa ocular da planetária é o seu campo imenso principalmente com a viseira dobrada, são incríveis 66º. Em um instrumento que aguente entre 150x e 200x ela se mostra excepcional na observação planetária e de estrelas duplas, pois ela possui um bom sistema de revestimento (coating) nas lentes. O mesmo não se pode dizer na observação lunar pois devido ao brilho excessivo da lua ela apresenta fortes "fantasmas" (reflexos internos), que se o instrumento não tiver motor de acompanhamento para mantê-la sempre no centro do campo da ocular o uso dela vai tornar-se impraticável. Uma pequena barlow que se encontra dentro dessa ocular também não favorece muito provocando mais reflexos luminosos no caso da observação de objetos muito brilhantes como a lua.
Conclusão: Se no seu pacote de observações está incluída a Lua, e o seu instrumento não possui motor de acompanhamento, prefira a Planetária, você perde em campo (-11º) mas ganha em qualidade.
Bruno
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Re: Tira dúvidas.
Então, para a Lua acredito que eu tenha um bom leque de aumentos, pois são várias combinações usando a ocular de 10mm + barlow GSO 1.5x e 2x e a ocular série 500 4mm. O que estou buscando é a ocular que faça o melhor serviço em Júpiter, já que em minha opinião os 140 de aumento, sendo a 10mm + barlow 2x, exigem demais da montagem leve do setentinha. Acredito que usando um aumento um pouco mais leve, algo em torno de 116 vezes, reais, sem a barlow, terei melhores resultados. Correto?!
Durva- Astronomo Amador
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Re: Tira dúvidas.
Sem dúvida, a imagem terá um tamanho aparente menor com 116x entretanto o contraste será melhor. Nessa hora a acuidade visual do observador conta muito, assim como um prévio conhecimento das estruturas cambiantes em jupiter, e os horários dos trânsitos como os da GMV pelo meridiano central e de suas luas também.
Bruno
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Re: Tira dúvidas.
Acho que então a WA de 6mm será a melhor opção. E ainda economiso $$.
Obrigado Bruno.
Obrigado Bruno.
Durva- Astronomo Amador
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Re: Tira dúvidas.
Não se esqueça de que para a observação lunar vc corre o risco dela ser imprestável, mas se vc vai se concentrar em planetas e estrelas duplas não vai se arrepender.
Bruno
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Re: Tira dúvidas.
Entretanto, se vc tiver adquirido prática com com os comandos de acompanhamento manual do seu refrator, com um pouco de habilidade vc poderá manter a área da lua a ser observada no centro do campo por vários minutos, e assim os "fantasmas" poderão serem minimizados ou até eliminados.
Bruno
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Re: Tira dúvidas.
Tava procurando a WA 6mm no Armazém e encontrei a Vixen NPL 6mm, essa também é uma opção.
Durva- Astronomo Amador
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Re: Tira dúvidas.
Elas possuem características completamente distintas. Nem de longe o campo da Vixen será igual ao da WA, e o conforto visual e a viseira dobrável dessa ocular são superiores ao novo design da Vixen. A única desvantagem dessa ocular Vixen NPL é que ela oferece pouca ou quase nenhuma proteção contra luzes parasitas.
Entretanto eu percebo uma coisa na minha Vixen NPL de 8mm, que além da observação de planetas e estrelas duplas a Vixen NPL pode ser utilizada também na lua com sucesso, e o revestimento nos elementos dela proporcionam imagens com muito bom contraste tanto do astro observado quanto do céu de fundo que apresenta-se negro. Diga-se o mesmo da WA exceto por ela apresentar reflexos internos na observação lunar.
Bruno
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Entretanto eu percebo uma coisa na minha Vixen NPL de 8mm, que além da observação de planetas e estrelas duplas a Vixen NPL pode ser utilizada também na lua com sucesso, e o revestimento nos elementos dela proporcionam imagens com muito bom contraste tanto do astro observado quanto do céu de fundo que apresenta-se negro. Diga-se o mesmo da WA exceto por ela apresentar reflexos internos na observação lunar.
Bruno
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Contraste e resolução.
Pergunta:
Tenho dificuldades com um telescópio refletor de 180mm pois não consigo identificar a GMV pela falta de contraste. Não seria isso mais exclusividade de pequenas aberturas ou pela baixa resolução?
Resposta:
Resolução e contraste são coisas distintas. Quanto maior a abertura maior será o poder separador ou poder de resolução de um dado instrumento, mais detalhes e pormenores serão observados numa superfície planetária por exemplo. Quanto maior a distância focal maior será o contraste nas imagens pois a dist. focal longa ameniza a aberração cromática nos refratores e diminui a luminosidade excessiva nos refletores, o que favorece uma melhor visualização da proporção, em intensidade, entre as partes claras e escuras de uma imagem.
Entretanto os dois, resolução e contraste, devem funcionar em harmonia pois por exemplo: não adianta eu ter um refrator com 152mm de abertura com o F/5 e tentar utilizar o aumento máximo para essa abertura que é de 380x, pois por causa da distância focal extremamente curta esse instrumento será muito luminoso, sendo então é um instrumento para funcionar com baixa potência, ou seja, em objetos de céu profundo. Se vc forçar nos aumentos até o limite máximo com esse tipo de instrumento ao observar um astro brilhante, diga adeus ao contraste porque você verá um festival de cores e tantos reflexos internos no campo desse telescópio que pensará estar olhando para dentro de uma "discoteca"! Cuidado com a combinação entre as distâncias focais curtas e fortes aumentos.
Bruno
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Tenho dificuldades com um telescópio refletor de 180mm pois não consigo identificar a GMV pela falta de contraste. Não seria isso mais exclusividade de pequenas aberturas ou pela baixa resolução?
Resposta:
Resolução e contraste são coisas distintas. Quanto maior a abertura maior será o poder separador ou poder de resolução de um dado instrumento, mais detalhes e pormenores serão observados numa superfície planetária por exemplo. Quanto maior a distância focal maior será o contraste nas imagens pois a dist. focal longa ameniza a aberração cromática nos refratores e diminui a luminosidade excessiva nos refletores, o que favorece uma melhor visualização da proporção, em intensidade, entre as partes claras e escuras de uma imagem.
Entretanto os dois, resolução e contraste, devem funcionar em harmonia pois por exemplo: não adianta eu ter um refrator com 152mm de abertura com o F/5 e tentar utilizar o aumento máximo para essa abertura que é de 380x, pois por causa da distância focal extremamente curta esse instrumento será muito luminoso, sendo então é um instrumento para funcionar com baixa potência, ou seja, em objetos de céu profundo. Se vc forçar nos aumentos até o limite máximo com esse tipo de instrumento ao observar um astro brilhante, diga adeus ao contraste porque você verá um festival de cores e tantos reflexos internos no campo desse telescópio que pensará estar olhando para dentro de uma "discoteca"! Cuidado com a combinação entre as distâncias focais curtas e fortes aumentos.
Bruno
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em 140x
Durva escreveu: O que estou buscando é a ocular que faça o melhor serviço em Júpiter, já que em minha opinião os 140 de aumento, sendo a 10mm + barlow 2x, exigem demais da montagem leve do setentinha. Acredito que usando um aumento um pouco mais leve, algo em torno de 116 vezes, reais, sem a barlow, terei melhores resultados. Correto?!
Me arrisco a afirmar que sua montagem tolera bem os 140x e que, além de mostrar uma imagem maior de Saturno em abril, vai favorecer Marte em 2016.
maksutov
Bruno escreveu:Um telescópio de 90mm e 1200mm de distância focal suporta 225x, e como essa ocular vai proporcionar 200x vai estar dentro do limite máximo para essa abertura.
Bruno, fica o meu alerta: um Mak tem mais obstrução e perdas de luz do que um refrator e o aumento máximo pode ser bem menor, principalmente para o uso de filtros. Para 200x eu indicaria este:
http://www.armazemdotelescopio.com.br/loja/index.php/home/telescopios/vixen110ota-detail
Re: Tira dúvidas.
ajc escreveu:Durva escreveu: O que estou buscando é a ocular que faça o melhor serviço em Júpiter, já que em minha opinião os 140 de aumento, sendo a 10mm + barlow 2x, exigem demais da montagem leve do setentinha. Acredito que usando um aumento um pouco mais leve, algo em torno de 116 vezes, reais, sem a barlow, terei melhores resultados. Correto?!
Me arrisco a afirmar que sua montagem tolera bem os 140x e que, além de mostrar uma imagem maior de Saturno em abril, vai favorecer Marte em 2016.
Mas o ideal seria os 140 vezes sem a barlow, não é?!
Durva- Astronomo Amador
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Re: Tira dúvidas.
Olá ajc, levando-se em conta a obstrução no de 110mm este vai proporcionar uma superfície refletora livre com uns 90mm, e sem dúvida seria mais indicado para se usar 200x de aumentos, mas veja o F dele, é 9.4 e nesse caso mesmo descontando a obstrução para uma abertura de 110mm haverá sim mais resolução, sem dúvida, pois está relacionada com o tamanho da abertura livre, entretanto por esse de 110mm possuir um F 9.4 não creio que com 200x ele vá apresentar imagens tão superiores a um 90mm F 13.3 com um mesmo aumento (200x). Mais resolução sim agora imagens com mais contraste sem dúvida que não, e aí entra de novo a questão das distâncias focais curtas, na observação visual planetária não adianta ter uma abertura superior se a razão focal for inferiror a 12, mesmo num MAK, pois esse de 110mm F/9.4 para observações planetárias perderá contraste em relação ao de 90mm F/13.3 e a imagem do primeiro será demasiado luminosa, tudo por causa do F inferior a 12.
Bruno
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Última edição por Bruno em Qui 08 Nov 2012, 10:44, editado 2 vez(es)
Bruno- Moderador
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