Júpiter oposição 2016.
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Franklin Reno
Jonas J
CiceroS
ajc
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Re: Júpiter oposição 2016.
CiceroS escreveu:extremamente tentadora a oferta dessa ortoscópica.
ganha-se com a tradição de qualidade
ganha-se na conversão real/dólar:
não sabia, mas o Armazém do Telescópio anos atrás a comercializava, né?
Sim, extremamente tentadora, já tive duas ortoscópicas Kokusai de 5mm e 6mm que comprei do Leandro do Armazém e fabricadas em Kyoto no Japão, e te garanto que na observação de detalhes essas oculares ortoscópicas japonesas são especialistas nisso. Elas possuem um campo mais reduzido e sem descanso de olho (vez ou outra os cílios deixarão a lente engordurada e embaçada, então é recomendado uma limpeza após cada sessão de observação), e luzes parasitas podem atrapalhar mais facilmente, mas dentro da capacidade de cada aparelho essa ortoscópica Fujiyama é uma ocular apropriada para a observação de detalhes nos discos dos planetas.
Se ela e$tá ao seu alcance pode pensar mesmo com carinho nessa japinha.
Se ela e$tá ao seu alcance pode pensar mesmo com carinho nessa japinha.
Bruno
Moderador
Bruno- Moderador
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Re: Júpiter oposição 2016.
Bruno escreveu:
Observação de jupiter
Instrumento: Refrator acromático objetiva Jaegers 103mm (4.1/8") F/D15.4 EQ3-2.
o gigante gasoso que se mostrou como uma bola achatada nos polos e flutuando no espaço, com uma coloração âmbar nas partes mais claras (zonas), e riscado por 5 ou 6 faixas (NNTB?) com uma coloração cinza grafite.
oval-BA tão contrastada e com uma coloração que às vezes me parecia mais escura que a da GMV. A coloração dessa mancha junior oscilava entre se mostrar mais escura do que a GMV
perturbações e divisões internas e esbranquiçadas na faixa eq. sul SEB
Bruno
Moderador
Boa tarde Bruno, sei que não há meios de se fazer uma comparação exata entre uma imagem visual com uma astrofotografia, a ponto de se poder dizer que determinada foto é idêntica com a imagem que vemos na ocular, mas teria como mostrar alguma foto de jupiter que ao menos se aproximasse daquilo que vc vê nele com o seu Jaegers 103mm F/15.4?
Franklin Reno- Aspirante
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Re: Júpiter oposição 2016.
Olá Franklin Reno,Franklin Reno escreveu:1- não há meios de se fazer uma comparação exata entre uma imagem visual com uma astrofotografia, a ponto de se poder dizer que determinada foto é idêntica com a imagem que vemos na ocular
2- teria como mostrar alguma foto de jupiter que ao menos se aproximasse daquilo que vc vê nele com o seu Jaegers 103mm F/15.4?
1- Não há meios nem mesmo em simuladores ou de vídeos, por que o problema está principalmente nas cores que estão além do alcance do olho humano.
2- Você mesmo respondeu na sua própria pergunta nº1 sobre a dificuldade em reproduzir artificialmente numa foto o que se vê com os olhos numa ocular, mas
assim mesmo eu procurei por alguma astrofoto que se aproximasse do que eu vejo em jupiter através do acromático de (4.1/8") 103mm F15.4. A dificuldade reside na visualização de cores que na observação visual não estão acessíveis ao olho humano, mas que são captadas apenas através da astrofotografia e de vídeos. O olho humano pode até ser uma forma de sensor, mas este é plano e o olho é hemisférico.
No Jaegers as faixas atingem no máximo uma coloração cinza-grafite, e vez ou outra com a ajuda de um bom seeing é que levemente percebo um tom castanho nelas. A faixa equatorial sul apresenta no interior dela "estrias" esbranquiçadas, ou algo como "flóculos" esbranquiçados espalhados por todo o interior dela, e longos "rasgos" ou divisões de extensões estimadas entre 80.000 a 120.000km com base no comprimento logitudinal da GMV. Interessante que quando uso o outro refrator acromático com uma abertura uma polegada inferior (3" ou 76.2mm), graças à essa menor abertura ele sofre menos com os efeitos das turbulências atmosféricas, e com o F aberto a 16.4 leva as imagens ao critério máximo (standard) de controle da CA, e nesse ponto ele começa a se comportar como se fosse um apocromático devido às características acromáticas (D e F) combinadas. Talvez por isso com ele eu vejo com mais intensidade um tom castanho nas faixas com 138x (ocular 9mm de 0.965").
No Jaegers as zonas nas mais claras com a exceção das polares que aparecem mais acinzentadas, brilham com uma cor um âmbar fosco.
Esse detalhe difuso que observo no limbo dos planetas gasosos como jupiter e saturno nesse refrator, creio ser devido à utilização da observação direta e/ou o uso de diagonais com prisma ao invés de espelho. Com isso busco uma imagem final totalmente refratada. Não há nenhuma reflexão por que não haverá no eixo óptico um espelho na diagonal e sim um prisma. Quando a luz incide sobre uma das faces do prisma ela vai sofrer duas refrações e não reflexões, o que não aconteceria se houvesse entre a objetiva e a ocular uma diagonal com um espelho.
Usado dessa forma o prisma revela uma imagem puramente refratada, mas isso não é um salto de qualidade e sim um efeito interessante de se ver. O disco de Airy parece mais "inchado" mas é só um efeito interessante como eu disse acima, e nada que ateste alguma superioridade dos refratores sobre os refletores.
Voltando à uma imagem fotográfica de jupiter que se aproxime ao máximo do que eu vejo na ocular do refrator acromático de 103mm F15.4, encontrei abaixo duas astrofotos com as bordas do disco meio difusas e que lembram bastante o que observo nesse aplaneta usando cerca de 200x de aumentos ou um pouco mais.
Como acontece às vezes observando visualmente na ocular, nas fotos abaixo as faixas temperadas também não estão bem visíveis, principalmente a faixa temperada sul que aparece como um pequeno trecho embaixo à esquerda da foto, bem próxima do limbo oeste e da borda norte da zona polar sul.
Com um aumento de 200x (ocular 8mm):
Com aumentos de 242x (ocular 6.5mm) a 262x (ocular 6mm):
Bruno
Moderador
Bruno- Moderador
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Re: Júpiter oposição 2016.
Bruno escreveu:a) na ocular do refrator acromático de 103mm F15.4 as faixas atingem no máximo uma coloração cinza-grafite, e vez ou outra com a ajuda de um bom seeing é que levemente percebo um tom castanho nelas. A faixa equatorial sul apresenta no interior dela "estrias" esbranquiçadas, ou algo como "flóculos" esbranquiçados espalhados por todo o interior dela, e longos "rasgos" ou divisões de extensões estimadas entre 80.000 a 120.000km com base no comprimento logitudinal da GMV.
as zonas nas mais claras com a exceção das polares que aparecem mais acinzentadas, brilham com uma cor um âmbar fosco.
b) Esse detalhe difuso que observo no limbo dos planetas gasosos como jupiter e saturno nesse refrator, creio ser devido à utilização da observação direta e/ou o uso de diagonais com prisma ao invés de espelho. Com isso busco uma imagem final totalmente refratada.
c) O disco de Airy parece mais "inchado" mas é só um efeito interessante como eu disse acima, e nada que ateste alguma superioridade dos refratores sobre os refletores.
d) imagem fotográfica de jupiter que se aproxime ao máximo do que eu vejo na ocular do refrator acromático de 103mm F15.4
Com um aumento de 200x (ocular 8mm):
Com aumentos de 242x (ocular 6.5mm) a 262x (ocular 6mm):
Bruno
Moderador
Boa tarde Bruno, me desculpe por pedir de novo o impossível sobre imagem visual x imagem fotográfica (mas se chegar perto de alguma semelhança como chegou já está bom), mas com base nas imagens e como vc escreveu "a cada polegada de abertura a mais se faz notar claramente uma diferença", além de ser verdade eu acrescentaria diferença qualitativa e quantitativa.
Por fim, indo para as suas citações que eu separei abaixo:
Em a) e b), seria possível vc dar um exemplo descritivo analisando essas fotos que reproduzem de perto o que vc vê na ocular? Algo como se vc estivesse observando naquele momento e descrevendo o que vê num relatório?
c) Já presenciei essa discussão em outro forum de astronomia, quando alguém defendia que o disco de Airy aparecia maior no refrator, mas olhando de novo agora, ao contrário de como vc faz eles utilizam comumente em refratores as diagonais constituidas de espelhos e não prismas, e ainda com um indice de refletividade cada vez maior!
Então a imagem final totalmente refratada desde a objetiva até ao olho do observador, produz um efeito que é apenas diferente do que se ela fosse refletida, encerrando assim a discussão.
d) Teria vc alguma imagem parecida com as que vc obtém usando aumentos inferiores (150x, 100x, etc...), pra fazer uma estimativa?
Por fim, indo para as suas citações que eu separei abaixo:
Em a) e b), seria possível vc dar um exemplo descritivo analisando essas fotos que reproduzem de perto o que vc vê na ocular? Algo como se vc estivesse observando naquele momento e descrevendo o que vê num relatório?
c) Já presenciei essa discussão em outro forum de astronomia, quando alguém defendia que o disco de Airy aparecia maior no refrator, mas olhando de novo agora, ao contrário de como vc faz eles utilizam comumente em refratores as diagonais constituidas de espelhos e não prismas, e ainda com um indice de refletividade cada vez maior!
Então a imagem final totalmente refratada desde a objetiva até ao olho do observador, produz um efeito que é apenas diferente do que se ela fosse refletida, encerrando assim a discussão.
d) Teria vc alguma imagem parecida com as que vc obtém usando aumentos inferiores (150x, 100x, etc...), pra fazer uma estimativa?
Franklin Reno- Aspirante
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Espetacular
ajc escreveu:Maravilha Bruno, que primor de observação!
Saudações astronômicas a todos.
Muito bem Bruno, de volta aos velhos tempos; concordo plenamente com o ajc, pois é um primor de observação e logo agora que estamos bem próximo do melhor dia da oposição de Júpiter, ficarei na companhia de grandes astrônomos, obrigado.
Edinaldo Cunha
Edinaldo- Astronomo Amador
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Site Legal sobre Observação de Jupiter
Para quem quiser saber quando a grande mancha vermelha aparece, diametro aparente de Júpiter, etc.: Tá aí esse site legal :
The Position of Jupiter in the Night Sky: 2014 to 2018
The Position of Jupiter in the Night Sky: 2014 to 2018
unukalhai- Astronomo Amador
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Re: Júpiter oposição 2016.
Juntos desde os tempos em que nem existia ainda o Astro Fórum! Apareça mais por aqui.Edinaldo escreveu:de volta aos velhos tempos
Grande abraço.
unukalhai escreveu:Para quem quiser saber quando a grande mancha vermelha aparece, diametro aparente de Júpiter, etc.:
The Position of Jupiter in the Night Sky: 2014 to 2018
Boa dica unukalhai, valeu.
Franklin Reno escreveu:Bruno escreveu:Bruno, me desculpe por pedir de novo o impossível sobre imagem visual x imagem fotográfica.
a) na ocular do refrator acromático de 103mm F15.4 as faixas atingem no máximo uma coloração cinza-grafite, e vez ou outra com a ajuda de um bom seeing é que levemente percebo um tom castanho nelas. A faixa equatorial sul apresenta no interior dela "estrias" esbranquiçadas, ou algo como "flóculos" esbranquiçados espalhados por todo o interior dela, e longos "rasgos" ou divisões de extensões estimadas entre 80.000 a 120.000km com base no comprimento logitudinal da GMV.
as zonas nas mais claras com a exceção das polares que aparecem mais acinzentadas, brilham com uma cor um âmbar fosco.
b) Esse detalhe difuso que observo no limbo dos planetas gasosos como jupiter e saturno nesse refrator, creio ser devido à utilização da observação direta e/ou o uso de diagonais com prisma ao invés de espelho. Com isso busco uma imagem final totalmente refratada.
c) O disco de Airy parece mais "inchado" mas é só um efeito interessante como eu disse acima, e nada que ateste alguma superioridade dos refratores sobre os refletores.
d) imagem fotográfica de jupiter que se aproxime ao máximo do que eu vejo na ocular do refrator acromático de 103mm F15.4
Bruno
Moderador
Em a) e b), seria possível vc dar um exemplo descritivo analisando essas fotos que reproduzem de perto o que vc vê na ocular? Algo como se vc estivesse observando naquele momento e descrevendo o que vê num relatório?
c) Já presenciei essa discussão em outro forum de astronomia, quando alguém defendia que o disco de Airy aparecia maior no refrator, mas olhando de novo agora, ao contrário de como vc faz eles utilizam comumente em refratores as diagonais constituidas de espelhos e não prismas, e ainda com um indice de refletividade cada vez maior!
Então a imagem final totalmente refratada desde a objetiva até ao olho do observador, produz um efeito que é apenas diferente do que se ela fosse refletida, encerrando assim a discussão.
d) Teria vc alguma imagem parecida com as que vc obtém usando aumentos inferiores (150x, 100x, etc...), pra fazer uma estimativa?
Olá Franklin, não precisa se desculpar, vamos pegar a imagem com 200x que é uma ampliação mais acessível à maioria dos instrumentos de porte mediano:
O que vemos nela? Com o norte de jupiter para cima ao descer pelo disco a primeira coisa que vemos à partir do polo norte é a zona polar norte, de cor acinzentada e com a borda sul escurecida de um limbo ao outro. Descendo mais para o sul chegamos primeiro às áreas claras mais altas ou mais próximas do polo norte, a zona temperada norte (NTeZ) que está separada da zona tropical norte NTrZ por uma fina e tênue linha acinzentada. Com grande probabilidade ela é a faixa temperada norte (NTeB). Ao sul dela está a zona tropical norte (NTrZ).
Na região do equador do planeta ainda em direção ao sul, encontramos emparelhados os cinturões ou as faixas equatoriais escuras norte (NEB) e sul (SEB). Apesar de equatoriais elas não são idênticas.
Na borda norte da faixa eq. norte (NEB) dá para perceber duas ou três nodosidades, ou pequenas manchas ovais escuras (DOS) com duas a leste e outra a oeste do MC.
Não dá para ver nessa foto mas na zona equatorial vez ou outra aparecem manchas semelhantes à nossas nuvens cirrus, ou os chamados festões indefinidos (Festoons) como nuvens tênues de coloração cinza-azulada se espalhando pelas latitudes equatoriais. Essa zona também vez ou outra se vê atravessada por outra faixa como uma linha tênue ou a faixa equatorial EB, e na foto está tão apagada quanto a suposta faixa temperada norte NTeB separando as zonas tropical e temperada norte.
A faixa eq. sul (SEB) além da perturbação no meio dela na foto onde podemos visualizar a GMV, tem também a chamada Baía da Mancha Vermelha (RSH). Ela adentra na faixa eq. sul (SEB) e na zona tropical sul (STrZ) envolvendo a Grande Mancha Vermelha, com o formato de uma baía ou golfo, geralmente mais brilhante do que as zonas (pra mim ela aparece como uma cor de "manteiga ". Curiosamente noutra oposição quando a GMV "desapareceu" ela ainda continuou visivelmente brilhante.
Essa faixa eq. sul SEB também apresenta em seu interior divisões ou "rasgos" esbranquiçados, que são melhor observados na imagem abaixo com uma ampliação maior:
Essas divisões ou fendas (Riftis) costumam unir ou dividir em determinados trechos a SEB em duas, mas ela é vista de forma praticamente constante na SEB, a leste e a oeste da baía da Mancha Vermelha que abriga e envolve a GMV. Os comprimentos dessas fendas ou Riftis indicam que possuem cerca de duas a três vezes o comprimento longitudinal da GMV, ou algo entre 80.000 a 120.000 km de extensão. Essas fendas ou "Riftis" são formam também ligações oblíquas unem as componentes norte e sul da faixa eq. sul (SEB). A foto dessa faixa eq. sul a sudeste do meridiano central (MC), mostra sem dificuldade espalhadas na fenda manchas esbranquiçadas como "flóculos" ou "estrias". Quase todas as manchas ovais brancas (WOS) aparecem mais no interior e nas bordas da SEB, e dá para ver na imagem falhas na borda norte da faixa eq. sul (SEB).
Nela percebe-se também uma grande perturbação no centro dela (na foto o centro da perturbação está um pouco à esquerda ou mais a leste, exatamente por onde passa o meridiano central (MC) de jupiter (ou a linha imaginária que une os polos norte e sul no disco). Dependendo da abertura, do seeing e olhando mais a nordeste da GMV e dentro da SEB, encontramos a visualmente difícil e desafiadora mancha junior ou oval-BA. Na foto não dá para visualizar essa mancha com nitidez, mas ela parece por falta de contraste estar diluída num escurecimento próximo do contorno sudoeste da baía da Mancha vermelha.
Creio que para ver a mancha junior visualmente separada da GMV, o aparelho deve suportar pelo menos umas 240x a 250x de aumentos.
A faixa temperada sul (STeB) mostra apenas um pedaço ou trecho dela entrando embaixo pelo lado esquerdo na foto (limbo leste), e ela ora aparece fina, engrossa, se parte ou se fragmenta e até mesmo desaparece.
E por fim a acinzentada zona polar sul (SPZ) nas regiões acima do polo sul de jupiter, com uma coloração mais escura na borda norte, podendo indicar em breve o aparecimento da faixa temperada sul (STeB).
b) Sim, creio que a imagem difusa na observação direta com refratores sem diagonal, ou utilizando um diagonal com prisma acaba por gerar um efeito interessante no limbo desse planeta gasoso.
c) Também não entendi a discussão sobre os efeitos da refração utilizando reflexão!
d) Não encontrei uma foto que se parecesse com o que vejo com cerca de 100x, por que quanto mais baixa a ampliação em direção ao aumento normal do aparelho (D x 1 ou 103x no meu 103mm F15.4), e embora menores as imagens naturalmente se mostram mais fortemente contrastadas.
O que vemos nela? Com o norte de jupiter para cima ao descer pelo disco a primeira coisa que vemos à partir do polo norte é a zona polar norte, de cor acinzentada e com a borda sul escurecida de um limbo ao outro. Descendo mais para o sul chegamos primeiro às áreas claras mais altas ou mais próximas do polo norte, a zona temperada norte (NTeZ) que está separada da zona tropical norte NTrZ por uma fina e tênue linha acinzentada. Com grande probabilidade ela é a faixa temperada norte (NTeB). Ao sul dela está a zona tropical norte (NTrZ).
Na região do equador do planeta ainda em direção ao sul, encontramos emparelhados os cinturões ou as faixas equatoriais escuras norte (NEB) e sul (SEB). Apesar de equatoriais elas não são idênticas.
Na borda norte da faixa eq. norte (NEB) dá para perceber duas ou três nodosidades, ou pequenas manchas ovais escuras (DOS) com duas a leste e outra a oeste do MC.
Não dá para ver nessa foto mas na zona equatorial vez ou outra aparecem manchas semelhantes à nossas nuvens cirrus, ou os chamados festões indefinidos (Festoons) como nuvens tênues de coloração cinza-azulada se espalhando pelas latitudes equatoriais. Essa zona também vez ou outra se vê atravessada por outra faixa como uma linha tênue ou a faixa equatorial EB, e na foto está tão apagada quanto a suposta faixa temperada norte NTeB separando as zonas tropical e temperada norte.
A faixa eq. sul (SEB) além da perturbação no meio dela na foto onde podemos visualizar a GMV, tem também a chamada Baía da Mancha Vermelha (RSH). Ela adentra na faixa eq. sul (SEB) e na zona tropical sul (STrZ) envolvendo a Grande Mancha Vermelha, com o formato de uma baía ou golfo, geralmente mais brilhante do que as zonas (pra mim ela aparece como uma cor de "manteiga ". Curiosamente noutra oposição quando a GMV "desapareceu" ela ainda continuou visivelmente brilhante.
Essa faixa eq. sul SEB também apresenta em seu interior divisões ou "rasgos" esbranquiçados, que são melhor observados na imagem abaixo com uma ampliação maior:
Essas divisões ou fendas (Riftis) costumam unir ou dividir em determinados trechos a SEB em duas, mas ela é vista de forma praticamente constante na SEB, a leste e a oeste da baía da Mancha Vermelha que abriga e envolve a GMV. Os comprimentos dessas fendas ou Riftis indicam que possuem cerca de duas a três vezes o comprimento longitudinal da GMV, ou algo entre 80.000 a 120.000 km de extensão. Essas fendas ou "Riftis" são formam também ligações oblíquas unem as componentes norte e sul da faixa eq. sul (SEB). A foto dessa faixa eq. sul a sudeste do meridiano central (MC), mostra sem dificuldade espalhadas na fenda manchas esbranquiçadas como "flóculos" ou "estrias". Quase todas as manchas ovais brancas (WOS) aparecem mais no interior e nas bordas da SEB, e dá para ver na imagem falhas na borda norte da faixa eq. sul (SEB).
Nela percebe-se também uma grande perturbação no centro dela (na foto o centro da perturbação está um pouco à esquerda ou mais a leste, exatamente por onde passa o meridiano central (MC) de jupiter (ou a linha imaginária que une os polos norte e sul no disco). Dependendo da abertura, do seeing e olhando mais a nordeste da GMV e dentro da SEB, encontramos a visualmente difícil e desafiadora mancha junior ou oval-BA. Na foto não dá para visualizar essa mancha com nitidez, mas ela parece por falta de contraste estar diluída num escurecimento próximo do contorno sudoeste da baía da Mancha vermelha.
Creio que para ver a mancha junior visualmente separada da GMV, o aparelho deve suportar pelo menos umas 240x a 250x de aumentos.
A faixa temperada sul (STeB) mostra apenas um pedaço ou trecho dela entrando embaixo pelo lado esquerdo na foto (limbo leste), e ela ora aparece fina, engrossa, se parte ou se fragmenta e até mesmo desaparece.
E por fim a acinzentada zona polar sul (SPZ) nas regiões acima do polo sul de jupiter, com uma coloração mais escura na borda norte, podendo indicar em breve o aparecimento da faixa temperada sul (STeB).
b) Sim, creio que a imagem difusa na observação direta com refratores sem diagonal, ou utilizando um diagonal com prisma acaba por gerar um efeito interessante no limbo desse planeta gasoso.
c) Também não entendi a discussão sobre os efeitos da refração utilizando reflexão!
d) Não encontrei uma foto que se parecesse com o que vejo com cerca de 100x, por que quanto mais baixa a ampliação em direção ao aumento normal do aparelho (D x 1 ou 103x no meu 103mm F15.4), e embora menores as imagens naturalmente se mostram mais fortemente contrastadas.
Bruno
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Bruno- Moderador
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Re: Júpiter oposição 2016.
Observação de jupiter
Alvos: trânsito da GMV e mancha junior (oval-BA)
Data: 15/02/2016
Hora: 04:15 UT 06:15 a 05:15 UT 07:15
Localização: 19° 42' 03" S 43° 57' 18" O
Instrumento: Refrator equatorial acromático OKK (Dan Beam) - abertura 76.2mm F/D 16.4
Montagem Equatorial - acompanhamento manual.
Oculares padrão 0.965": Huygens 10mm (125x), Huygens 9mm (138x) e Huygens 6mm (208x).
Diagonal prismática 0.965".
Condições atmosféricas: céu parcialmente nublado a SO/O/NO - temperatura 28ºC - umidade 83% - vento 04 km/h.
Seeing: Escala Pickering estimado entre 8 e 9.
Apesar de jupiter já declinando a uns 50º O e com muitas nuvens um pouco mais abaixo a atmosfera estava quieta, já que essas nuvens do tipo estrato cumulus praticamente não se moviam. Iniciei com a ocular Huygens 0.965" de 12.5mm (100x) e o disco de jupiter se mostrou uma miniatura notável. As zonas polares e as faixas se mostravam fortemente contrastadas, certamente devido ao F mais longo do que o usual (16.4). As zonas polares sul SPZ e norte NPZ se mostravam num tom castanho acinzentado. Pude ver dessa vez a difícil faixa temperada sul STeB, as faixas eq. sul SEB e norte NEB (esta estava mais larga e escura) e a faixa temperada norte NTeB. O disco nas áreas claras ou nas zonas temperadas, tropicais e equatorial, apresentavam uma coloração âmbar amarelado. Com os ventos de baixa altitude a apenas 04km/h as imagens estavam bem firmes, e acima mais a leste das nuvens a transparência atmosférica estava numa escala que de 1 a 10 estaria entre 8 e 9. O disco se mostrou suavemente difuso e brilhante, então voltei a minha atenção para a faixa eq. sul SEB afim de visualizar o trânsito previsto da GMV. Armado agora com a Huygens de 0.965" de 9mm (139x) às 04: 15 UT 06:15, a GMV estava passando diretamente por cima do meridiano central MC com um formato ligeiramente ovalado, e num tom ainda mais castanho do que o das faixas, denotando o contraste diferenciado desse F16.4, cujas imagens são extraordinariamente mais contrastadas do que as obtidas no 80mm F15 e até mesmo no 103mm F15.4.
Pude também sem dificuldade perceber as descontinuidades nos contornos das bordas sul e norte na SEB, um pouco ao norte da GMV. À oeste, norte e leste na faixa eq. sul SEB uma fenda esbranquiçada e contínua (Riftis), e com cerca de 3 a 4 x (ou até mais) o diâmetro longitudinal da GMV praticamente "rasgava" a SEB ao meio, e a Baía da Mancha Vermelha mostrava o seu contorno mais escuro e ligeiramente oval.
A nordeste da GMV e encravada na borda mais escurecida e larga da Baía, um minúsculo ponto escuro denunciava a minha previsão de entrever exatamente ali a presença da mancha junior, e de fato eu consegui só que hoje ela apareceu um pouco mais ao norte dentro da SEB (NO), ou um pouco mais ao sul de onde ela é comumente vista com os outros dois refratores. Ela estava mesmo muito pequena, bem diminuta e não muito ovalada como e GMV, apenas uma manchinha circular escura e difusa. A coloração era igual ou talvez um pouco mais escura do que a GMV, porém muito menos evidente devido ao seu tamanho inferior. Talvez devido ao pequeno tamanho ela poderia passar despercebida, por olhos desacostumados à observação de onde ela se encontra visualmente. Tentei com a ocular Huygens 6mm e 208x, mas as faixas perderam contraste com o aumento excessivo. Precisava ampliar um pouco mais acima de 139x, afim de me certificar da posição exata da pequenina e quase imperceptível mancha junior ou oval-BA em relação à baía da Mancha Vermelha, mas 208x foi demais não pela capacidade do aparelho que é de 197x no máximo, mas por que na observação visual de jupiter quanto mais elevada a abertura em relação ao limite resolutivo do instrumento, mais apagadas vão ficando as faixas e outros detalhes escuros no disco (perda de contraste). Preciso de uma ocular 0.965" de 8mm (156x), para encontrar um aumento medianamente elevado, para de fato constatar que nem que seja como um ponto escuro e minúsculo a mancha junior foi ao menos entrevista por esse refrator de 3". Eu poderia ter usado o adaptador de padrão 0.965" para 1.25" + ocular Vixen NPL 1.25" de 8mm = 156x, mas com isso eu iria descaracterizar completamente a qualidade das imagens, provocando vinhetagem nelas por que o adaptador torna mais estreito o interior do tubo focalizador bloqueando assim uma fração do cone de luz. E nas velhas Huygens as imagens são formadas entre os dois únicos elementos, produzindo um efeito semelhante a olhar para dentro do telescópio, diferente de mover o olho sobre o campo de uma grande angular. Nessas oculares Huygens 0.965" você literalmente olha para dentro da ocular, por que a imagem está lá formada entre os 2 elementos.
Voltando à SEB no meridiano central eu confirmei a coloração da Baía, algo como um "creme misturado com clara de ovo caipira" (tive de me basear nas cores que vejo aqui na zona rural). Ela brilhava mais do que todas as outras zonas, e ao sul da GMV a fenda na SEB se curvou afim de contornar a Baía, saindo do outro lado a oeste mas com um comprimento menor. Duas nodosidades escuras ou ovais escuras DOS também foram visualizadas na borda norte da faixa eq. norte NEB, e outra na borda sul da mesma faixa.
Quanto às faixas equatoriais ambas (a SEB e a NEB) se apresentavam irregulares, ou como que "engrossadas" nas bordas sul e norte nos contornos principalmente perto do limbo leste. Isso pude constatar com 208x mesmo com o contraste caindo. Enquanto eu não testar com uma Huygens de 8mm (156x) para ampliar um pouco mais as imagens sem enfraquecer o contraste, a oval-BA ainda continuará como um ponto minúsculo e escuro próximo da borda interior norte da SEB.
Depois das 05:00 UT 07:00 jupiter alcançou as nuvens e como elas não se moviam devido à falta de ventos, tive de dar por encerrada a observação visual desse mundo gigante e gasoso.
Quando eu conseguir uma ocular Huygens 0.965" de 8mm eu volto aqui com o OKK 76.2mm F16.4, em mais uma tentativa de ver melhor com uma ampliação mais elevada (156x) a Baía da Mancha Vermelha, a GMV e nem que seja para entrever como um pontinho a diminuta e desafiadora mancha junior ou oval-BA.
Alvos: trânsito da GMV e mancha junior (oval-BA)
Data: 15/02/2016
Hora: 04:15 UT 06:15 a 05:15 UT 07:15
Localização: 19° 42' 03" S 43° 57' 18" O
Instrumento: Refrator equatorial acromático OKK (Dan Beam) - abertura 76.2mm F/D 16.4
Montagem Equatorial - acompanhamento manual.
Oculares padrão 0.965": Huygens 10mm (125x), Huygens 9mm (138x) e Huygens 6mm (208x).
Diagonal prismática 0.965".
Condições atmosféricas: céu parcialmente nublado a SO/O/NO - temperatura 28ºC - umidade 83% - vento 04 km/h.
Seeing: Escala Pickering estimado entre 8 e 9.
Apesar de jupiter já declinando a uns 50º O e com muitas nuvens um pouco mais abaixo a atmosfera estava quieta, já que essas nuvens do tipo estrato cumulus praticamente não se moviam. Iniciei com a ocular Huygens 0.965" de 12.5mm (100x) e o disco de jupiter se mostrou uma miniatura notável. As zonas polares e as faixas se mostravam fortemente contrastadas, certamente devido ao F mais longo do que o usual (16.4). As zonas polares sul SPZ e norte NPZ se mostravam num tom castanho acinzentado. Pude ver dessa vez a difícil faixa temperada sul STeB, as faixas eq. sul SEB e norte NEB (esta estava mais larga e escura) e a faixa temperada norte NTeB. O disco nas áreas claras ou nas zonas temperadas, tropicais e equatorial, apresentavam uma coloração âmbar amarelado. Com os ventos de baixa altitude a apenas 04km/h as imagens estavam bem firmes, e acima mais a leste das nuvens a transparência atmosférica estava numa escala que de 1 a 10 estaria entre 8 e 9. O disco se mostrou suavemente difuso e brilhante, então voltei a minha atenção para a faixa eq. sul SEB afim de visualizar o trânsito previsto da GMV. Armado agora com a Huygens de 0.965" de 9mm (139x) às 04: 15 UT 06:15, a GMV estava passando diretamente por cima do meridiano central MC com um formato ligeiramente ovalado, e num tom ainda mais castanho do que o das faixas, denotando o contraste diferenciado desse F16.4, cujas imagens são extraordinariamente mais contrastadas do que as obtidas no 80mm F15 e até mesmo no 103mm F15.4.
Pude também sem dificuldade perceber as descontinuidades nos contornos das bordas sul e norte na SEB, um pouco ao norte da GMV. À oeste, norte e leste na faixa eq. sul SEB uma fenda esbranquiçada e contínua (Riftis), e com cerca de 3 a 4 x (ou até mais) o diâmetro longitudinal da GMV praticamente "rasgava" a SEB ao meio, e a Baía da Mancha Vermelha mostrava o seu contorno mais escuro e ligeiramente oval.
A nordeste da GMV e encravada na borda mais escurecida e larga da Baía, um minúsculo ponto escuro denunciava a minha previsão de entrever exatamente ali a presença da mancha junior, e de fato eu consegui só que hoje ela apareceu um pouco mais ao norte dentro da SEB (NO), ou um pouco mais ao sul de onde ela é comumente vista com os outros dois refratores. Ela estava mesmo muito pequena, bem diminuta e não muito ovalada como e GMV, apenas uma manchinha circular escura e difusa. A coloração era igual ou talvez um pouco mais escura do que a GMV, porém muito menos evidente devido ao seu tamanho inferior. Talvez devido ao pequeno tamanho ela poderia passar despercebida, por olhos desacostumados à observação de onde ela se encontra visualmente. Tentei com a ocular Huygens 6mm e 208x, mas as faixas perderam contraste com o aumento excessivo. Precisava ampliar um pouco mais acima de 139x, afim de me certificar da posição exata da pequenina e quase imperceptível mancha junior ou oval-BA em relação à baía da Mancha Vermelha, mas 208x foi demais não pela capacidade do aparelho que é de 197x no máximo, mas por que na observação visual de jupiter quanto mais elevada a abertura em relação ao limite resolutivo do instrumento, mais apagadas vão ficando as faixas e outros detalhes escuros no disco (perda de contraste). Preciso de uma ocular 0.965" de 8mm (156x), para encontrar um aumento medianamente elevado, para de fato constatar que nem que seja como um ponto escuro e minúsculo a mancha junior foi ao menos entrevista por esse refrator de 3". Eu poderia ter usado o adaptador de padrão 0.965" para 1.25" + ocular Vixen NPL 1.25" de 8mm = 156x, mas com isso eu iria descaracterizar completamente a qualidade das imagens, provocando vinhetagem nelas por que o adaptador torna mais estreito o interior do tubo focalizador bloqueando assim uma fração do cone de luz. E nas velhas Huygens as imagens são formadas entre os dois únicos elementos, produzindo um efeito semelhante a olhar para dentro do telescópio, diferente de mover o olho sobre o campo de uma grande angular. Nessas oculares Huygens 0.965" você literalmente olha para dentro da ocular, por que a imagem está lá formada entre os 2 elementos.
Voltando à SEB no meridiano central eu confirmei a coloração da Baía, algo como um "creme misturado com clara de ovo caipira" (tive de me basear nas cores que vejo aqui na zona rural). Ela brilhava mais do que todas as outras zonas, e ao sul da GMV a fenda na SEB se curvou afim de contornar a Baía, saindo do outro lado a oeste mas com um comprimento menor. Duas nodosidades escuras ou ovais escuras DOS também foram visualizadas na borda norte da faixa eq. norte NEB, e outra na borda sul da mesma faixa.
Quanto às faixas equatoriais ambas (a SEB e a NEB) se apresentavam irregulares, ou como que "engrossadas" nas bordas sul e norte nos contornos principalmente perto do limbo leste. Isso pude constatar com 208x mesmo com o contraste caindo. Enquanto eu não testar com uma Huygens de 8mm (156x) para ampliar um pouco mais as imagens sem enfraquecer o contraste, a oval-BA ainda continuará como um ponto minúsculo e escuro próximo da borda interior norte da SEB.
Depois das 05:00 UT 07:00 jupiter alcançou as nuvens e como elas não se moviam devido à falta de ventos, tive de dar por encerrada a observação visual desse mundo gigante e gasoso.
Quando eu conseguir uma ocular Huygens 0.965" de 8mm eu volto aqui com o OKK 76.2mm F16.4, em mais uma tentativa de ver melhor com uma ampliação mais elevada (156x) a Baía da Mancha Vermelha, a GMV e nem que seja para entrever como um pontinho a diminuta e desafiadora mancha junior ou oval-BA.
Bruno
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Re: Júpiter oposição 2016.
Oi Bruno.
Esse refrator aí é quase apocromático! Com ocular Huygens (que tem fraca qualidade) você consegue ver tudo isso! Puxa, legal!!
O vidro da objetiva é ED?
Esse refrator aí é quase apocromático! Com ocular Huygens (que tem fraca qualidade) você consegue ver tudo isso! Puxa, legal!!
O vidro da objetiva é ED?
unukalhai- Astronomo Amador
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Re: Júpiter oposição 2016.
Olá unukalhai,unukalhai escreveu:1- Esse refrator aí é quase apocromático!
2- Com ocular Huygens (que tem fraca qualidade) você consegue ver tudo isso!
3- O vidro da objetiva é ED?
1- O F desse telescópio é longo o suficiente para eliminar a aberração cromática nas imagens, ou 16.4 vezes o tamanho da objetiva em milímetros (76.2), então ele se comporta como um apocromático por que faz a mesma coisa, só que os apocromáticos fazem o mesmo num tubo menor mas com um maior número de lentes ou elementos na objetiva (até 5), e geralmente cu$tam uma pequena fortuna.
2- Eu diria que no meu caso especificamente a maior qualidade das Huygens antigas, é a de funcionarem muito bem em aparelhos de distâncias focais muito longas como os que eu uso. Por precisar na observação planetária de aumentos mais elevados e com um bom contraste, optei então por usar os refratores acromáticos de F longo.
3- Não, esse refrator foi fabricado na década de 1960, e as oculares dele foram feitas de cristal de vidro com boa qualidade, e creio que pouco antes da era em que os refratores de F longo apareceram no mercado, as lentes eram "Uncoated" (sem revestimentos), como as do meu par acromático do Jaegers 103mm que não possui revestimento algum, só o vidro mas que foi primorosamente trabalhado à mão (hand job). É certo que os revestimentos diminuem a dispersão e perda de luz, mas no início a qualidade era medida pelo melhor desenho óptico possível. Posteriormente os elementos ou as lentes receberam tratamentos como os revestimentos em até múltiplas camadas.
Bruno
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Aproximação máxima hoje 08/03/2016.
Quem estiver com o céu nublado hoje poderá ver a aproximação máxima de jupiter à partir das 20:00hs UTC 23:00, acompanhando as transmissões ao vivo feitas com telescópios. E às 22:00hs UTC 01:00 poderá também acompanhar a transmissão do eclipse total do sol, confiram e confirmem a presença na página abaixo:
https://www.facebook.com/events/517700648404387/
Para os que estiverem com céu limpo boas obervações (com trânsito da GMV).
https://www.facebook.com/events/517700648404387/
Para os que estiverem com céu limpo boas obervações (com trânsito da GMV).
Bruno
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Re: Júpiter oposição 2016.
Observação de Jupiter/aproximação máxima:
Alvos: GMV, mancha junior/oval-BA, falha ou divisão interna na SEB e eventuais manchas ovais no disco.
Data: 08/03/2016.
Hora: início 20:30hs UTC 23:30 - término 23:15 UTC 02:15.
Localização: 19° 42' 03" S 43° 57' 18" O
Instrumento: Luneta acromática objetiva Jaegers 103mm (4.1/8") d/f 1.575mm - F/D15.4 - EQ3-2.
Acompanhamento manual.
Oculares: Vixen NPL 8mm (197x), Planetária Omegom 9mm (175x), Plossl 10mm (157x).
Filtros: #82A-azul claro GSO e Hirsch.
Condições atmosféricas: névoa seca SE/E/NE - temperatura 22ºC - umidade 16% - pressão atm. 1016 hPa - vento: NE/SO 09km/h
Seeing: Esc. Pickering 7 no início e 9 no final.
Alvos: GMV, mancha junior/oval-BA, falha ou divisão interna na SEB e eventuais manchas ovais no disco.
Data: 08/03/2016.
Hora: início 20:30hs UTC 23:30 - término 23:15 UTC 02:15.
Localização: 19° 42' 03" S 43° 57' 18" O
Instrumento: Luneta acromática objetiva Jaegers 103mm (4.1/8") d/f 1.575mm - F/D15.4 - EQ3-2.
Acompanhamento manual.
Oculares: Vixen NPL 8mm (197x), Planetária Omegom 9mm (175x), Plossl 10mm (157x).
Filtros: #82A-azul claro GSO e Hirsch.
Condições atmosféricas: névoa seca SE/E/NE - temperatura 22ºC - umidade 16% - pressão atm. 1016 hPa - vento: NE/SO 09km/h
Seeing: Esc. Pickering 7 no início e 9 no final.
Depois de duas semanas de céu encoberto finalmente e justamente no dia de sua aproximação máxima, a atmosfera e o gigante gasoso me surpreenderam mais uma vez. Com o planeta a 45º sobre o horizonte leste e armado com a ocular de 10mm (157x), nos momentos de maior estabilidade atmosférica as imagens no 4.1/8" F/D15.4 estavam esplêndidas. Difícil começar pela quantidade de detalhes mas de forma resumida, além das zonas polares sul e norte - SPZ e NPZ, pude visualizar também as faixas temperadas sul e norte - STB e NTB, as zonas tropicais sul e norte - STrZ e NTrZ, a zona temperada sul - STeZ, a difícil faixa polar sul - SPB, as faixas equatoriais sul e norte - SEB e NEB, e as faixas temperadas norte - NTB e a norte do norte - NNTB.
A GMV estava com uma coloração castanho escuro e com a forma ovalada, bem destacada na baía da Mancha Vermelha na STrZ. A mancha junior ou a oval-BA dessa vez não se mostrou nítida no começo, nem quando eu elevei o aparelho para 197x, pois ela parecia se misturar em meio a uma divisão ou fenda interna (Rifts) na SEB, e que dividia essa faixa ao meio de um limbo ao outro. Quando ela atingiu o meridiano central MC se mostrou quase como uma mancha oval difusa, mas logo ficou ainda mais indefinida no interior do "turbilhão' central na SEB. Esse turbilhão ou divisão interna na faixa equatorial sul, ora se mostrava como uma linha esbranquiçada que dividia a faixa ao meio, ora parecia se desfazer em "flóculos' ou "estrias" esbranquiçadas que se espalhavam em linha mais ou menos reta no interior da faixa. Essa divisão na SEB fazia uma curva acentuada ao passar ao norte da GMV em CM2 210º, tendo na sua borda sul um engrossamento escuro a oeste da baía da Mancha Vermelha. Só consegui observar a mancha junior depois que a GMV cruzou o meridiano central, quando a observei quase que de frente com CM2 entre 100º a 120º. Ela estava visualmente com uma coloração variando entre o castanho claro e creme.
A leste da oval-BA visualizei mais duas manchas ovais brancas WOS com CM2 em 25º (a leste do MC) e 115º (a oeste do MC), e elas estavam como se tivessem sido "encravadas" no centro da faixa equatorial sul. O formato delas era perfeitamente redondo, e muito semelhante ao da lua que tinha acabado de realizar uma emersão no limbo leste, com uma diferença apenas no brilho que nesta era mais próximo do âmbar e mais brilhante.
Na borda norte da faixa equatorial norte e a noroeste da GMV visualizei com boa nitidez uma outra grande mancha oval branca com quase o diâmetro da GMV, e que dava mais a impressão de ser uma baía com a parte curva voltada para o norte, adentrando um pouco para dentro da NEB e invadindo a zona tropical norte.
Nessa observação a faixa equatorial sul se mostrou com uma coloração cinza-grafite, e a faixa equatorial norte mostrou-se castanho escuro. Vi também uma mancha oval branca na zona polar sul, mas como a área estava com baixo contraste não pude me certificar com precisão permanecendo incerta.
Apesar de em alguns momentos a névoa seca diminuir o contraste, fora da influência dela a observação foi rica em detalhes com todos os alvos sendo observados com sucesso (exceção para a mancha junior cuja coloração e forma ficaram indeterminadas).
A GMV estava com uma coloração castanho escuro e com a forma ovalada, bem destacada na baía da Mancha Vermelha na STrZ. A mancha junior ou a oval-BA dessa vez não se mostrou nítida no começo, nem quando eu elevei o aparelho para 197x, pois ela parecia se misturar em meio a uma divisão ou fenda interna (Rifts) na SEB, e que dividia essa faixa ao meio de um limbo ao outro. Quando ela atingiu o meridiano central MC se mostrou quase como uma mancha oval difusa, mas logo ficou ainda mais indefinida no interior do "turbilhão' central na SEB. Esse turbilhão ou divisão interna na faixa equatorial sul, ora se mostrava como uma linha esbranquiçada que dividia a faixa ao meio, ora parecia se desfazer em "flóculos' ou "estrias" esbranquiçadas que se espalhavam em linha mais ou menos reta no interior da faixa. Essa divisão na SEB fazia uma curva acentuada ao passar ao norte da GMV em CM2 210º, tendo na sua borda sul um engrossamento escuro a oeste da baía da Mancha Vermelha. Só consegui observar a mancha junior depois que a GMV cruzou o meridiano central, quando a observei quase que de frente com CM2 entre 100º a 120º. Ela estava visualmente com uma coloração variando entre o castanho claro e creme.
A leste da oval-BA visualizei mais duas manchas ovais brancas WOS com CM2 em 25º (a leste do MC) e 115º (a oeste do MC), e elas estavam como se tivessem sido "encravadas" no centro da faixa equatorial sul. O formato delas era perfeitamente redondo, e muito semelhante ao da lua que tinha acabado de realizar uma emersão no limbo leste, com uma diferença apenas no brilho que nesta era mais próximo do âmbar e mais brilhante.
Na borda norte da faixa equatorial norte e a noroeste da GMV visualizei com boa nitidez uma outra grande mancha oval branca com quase o diâmetro da GMV, e que dava mais a impressão de ser uma baía com a parte curva voltada para o norte, adentrando um pouco para dentro da NEB e invadindo a zona tropical norte.
Nessa observação a faixa equatorial sul se mostrou com uma coloração cinza-grafite, e a faixa equatorial norte mostrou-se castanho escuro. Vi também uma mancha oval branca na zona polar sul, mas como a área estava com baixo contraste não pude me certificar com precisão permanecendo incerta.
Apesar de em alguns momentos a névoa seca diminuir o contraste, fora da influência dela a observação foi rica em detalhes com todos os alvos sendo observados com sucesso (exceção para a mancha junior cuja coloração e forma ficaram indeterminadas).
Bruno
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Re: Júpiter oposição 2016.
Observação de trânsito da GMV e manchas (WOS) nas faixas equatoriais de jupiter na última madrugada, representadas com astrodesenhos feitos pelo observador John Rogers do Reino Unido usando um refletor 250mm:
Bruno
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Impacto em jupiter?
Aparente impacto de algum meteoróide em jupiter no último dia 17/03/2016 continua sendo estudado:
Discussões sobre o assunto:
https://www.youtube.com/watch?v=4LiL7RYG7ac
Discussões sobre o assunto:
https://www.youtube.com/watch?v=4LiL7RYG7ac
Bruno
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Trânsito GMV/GRS.
Hoje, dia 08/04/2016 tem trânsito da GMV/GRS pelo meridiano central (MC) no disco de jupiter às 21:47 UTC 00:47.
Bruno
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Re: Júpiter oposição 2016.
Bruno escreveu:Observação de trânsito da GMV e manchas (WOS) nas faixas equatoriais de jupiter na última madrugada, representadas com astrodesenhos feitos pelo observador John Rogers do Reino Unido usando um refletor 250mm:Bruno
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Esse tal de John Rogers tem mesmo um refletor de 250mm, Bruno? Puxa, então esse refletor deve ser de muito má qualidade mesmo, porque ontem eu vi Júpiter com meu newtoniano de apenas 150mm (muito menos potente) e minha nova ocular UWA de 4mm (225x) e a imagem era mais nitida, e as faixas tinham uma tonalidade laranja, e não roxa como mostra aí na figura.
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Re: Júpiter oposição 2016.
Olá unukalhai, acredito na boa qualidade das imagens obtidas com o seu 150mm, mas é complicado para não dizer impossível comparar uma imagem visual com um astrodesenho ou uma astrofotografia, por que eles não reproduzem com 100% de fidelidade aquilo que vemos com os nossos olhos numa ocular. Quanto à qualidade das imagens nos desenhos do John Rogers, repare que o seeing indicado por ele fica em III+- numa escala que vai de 1 a 5, e no caso o nº 3 nessa escala é um pouco mais que regular. Mesmo que a sua observação tivesse sido feita no mesmo dia e hora, as condições de estabilidade atmosférica em ambas as latitudes iriam diferir completamente, e ao que parece o seeing durante a sua observação pode ter sido mais favorecido. Outro ponto é que uma abertura de 150mm sofre menos os efeitos de um mau seeing do que um 250mm, e a questão das cores elas não são necessariamente as mesmas quando observadas visualmente com aparelhos distintos.unukalhai escreveu:Esse tal de John Rogers tem mesmo um refletor de 250mm, Bruno? então esse refletor deve ser de muito má qualidade mesmo, porque ontem eu vi Júpiter com meu newtoniano de apenas 150mm (muito menos potente) e minha nova ocular UWA de 4mm (225x) e a imagem era mais nítida, e as faixas tinham uma tonalidade laranja, e não roxa como mostra aí na figura.
Por exemplo, quando ao observar jupiter eu coloco lado a lado o meu refrator acromático de 103mm F15.4 com o de 76.2mm F16.4 usando o mesmo aumento (200x), mesmo possuindo uma abertura inferior eu vejo no 76.2mm as faixas com uma coloração castanha certamente devido ao F proporcionalmente mais longo (melhor contraste na observação planetária), já no 103mm mesmo com uma potência maior elas se mostram com uma coloração "puxada" para o cinza-grafite.
Bruno
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Re: Júpiter oposição 2016.
Bruno escreveu:Olá unukalhai, acredito na boa qualidade das imagens obtidas com o seu 150mm, mas é complicado para não dizer impossível comparar uma imagem visual com um astrodesenho ou uma astrofotografia, por que eles não reproduzem com 100% de fidelidade aquilo que vemos com os nossos olhos numa ocular. Quanto à qualidade das imagens nos desenhos do John Rogers, repare que o seeing indicado por ele fica em III+- numa escala que vai de 1 a 5, e no caso o nº 3 nessa escala é um pouco mais que regular. Mesmo que a sua observação tivesse sido feita no mesmo dia e hora, as condições de estabilidade atmosférica em ambas as latitudes iriam diferir completamente, e ao que parece o seeing durante a sua observação pode ter sido mais favorecido. Outro ponto é que uma abertura de 150mm sofre menos os efeitos de um mau seeing do que um 250mm, e a questão das cores elas não são necessariamente as mesmas quando observadas visualmente com aparelhos distintos.Bruno
Por exemplo, quando ao observar jupiter eu coloco lado a lado o meu refrator acromático de 103mm F15.4 com o de 76.2mm F16.4 usando o mesmo aumento (200x), mesmo possuindo uma abertura inferior eu vejo no 76.2mm as faixas com uma coloração castanha certamente devido ao F proporcionalmente mais longo (melhor contraste na observação planetária), já no 103mm mesmo com uma potência maior elas se mostram com uma coloração "puxada" para o cinza-grafite.
Moderador
Tem muita razão Bruno. O seeing e o F mais longo são também muito importantes. Mas, lembrei agora, também podemos pôr a hipotese de o cara não saber desenhar.
unukalhai- Astronomo Amador
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Re: Júpiter oposição 2016.
Realmente acontece do observador não ser um grande desenhista, mas se reparar bem nessa observação do John Rogers ela é mais uma reprodução do posicionamento de alguns acidentes (detalhes), observados nos quadrantes do disco em CM1 a 101º e 117º, e CM2 em 226º e 242º no disco de jupiter. Podemos perceber ao comparar o desenho da esquerda com o da direita, variações assinaladas na Baía da Mancha vermelha e em manchas ovais brancas nas faixas equatoriais.
Bruno
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Re: Júpiter oposição 2016.
Interessante gif do gigante gasoso:
Bruno
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Re: Júpiter oposição 2016.
Observação visual
Data: 12/05/2016 - 13/05/2016
Alvo: jupiter.
Hora: início 19:00hs UTC 21:00 - término 01:00hs UTC 03:00
Localização: 19° 42' 03" S 43° 57' 18" O
Instrumento: Luneta acromática abertura 4.1/8" (103mm) d/f 1.575mm - F/D15.4 - montagem EQ3-2.
Acompanhamento manual.
Oculares: WA 6mm (262x) + Barlow modo 1.5x (393x), Vixen NPL 8mm (197x), Plossl Séries 500 10mm (157x).
Condições atmosféricas: névoa seca a SE/S/SO - temperatura 22ºC - umidade 60% - pressão atm. 1019 hPa - vento: SE 06km/h
Seeing: Esc. Pickering estimado entre 9 e 10.
Iniciei a sessão às 21:00 UTC quando jupiter já se aproximava do meridiano celeste usando o refrator com a ocular de 10mm e 157x, tendo o disco se mostrando riscado por mais 6 faixas além das duas equatoriais. Na região equatorial e na faixa equatorial sul (SEB) a Grande Mancha Vermelha (GMV/GRS) se destacava na Baía da Grande Mancha. No interior da faixa e a leste da Grande Mancha Vermelha eram visíveis Rifts (fendas ou divisões) separando a faixa ao meio, se entrelaçando e lembrando a aparência de um turbilhão que se afunilava em direção ao limbo leste.
A nordeste da GMV um escurecimento circular denunciava a presença da Mancha junior (oval BA), confirmada depois com a ocular de 8mm (197x). A GMV se mostrava oval e de coloração cinza castanho, e com boa nitidez dentro da baía na borda sul da faixa eq. sul. Ao norte na faixa equatorial norte (NEB) viam-se irregularidades onduladas em toda a extensão das bordas norte e sul. Entre as duas faixas equatoriais a faixa equatorial (EB) estava visível como uma fina linha cinzenta de um limbo ao outro, e que dividia ao meio a zona equatorial (EZ) de coloração âmbar.
Ao norte na zona tropical norte (NTrZ) uma lua se aproximava vinda do leste prestes a realizar um trânsito, e antes da imagem dela tocar o limbo leste de jupiter, novamente visualizei o efeito de "amassamento" na borda do disco do planeta por onde a lua entrava. Uma vez na frente do planeta ela ainda ficou visível por uns 15 minutos, quando então subi para 262x com a WA de 6mm, e ela continuava a brilhar num tom um pouco mais escuro do que a zona tropical sobre a qual passava. Devido ao seeing excepcional eu resolvi arriscar e usar a Barlow no modo 1.5x com a WA de 6mm elevando o F15.4 para 393x, e apesar de muito além dos limites do 4.1/8" para minha surpresa a lua ainda continuava visível diante do disco, se contrastando bem como uma pequenina esfera de bordas escurecidas contra o fundo mais claro da zona tropical norte (NTrZ). Pouco tempo depois a sombra dela entrou pelo disco só que um pouco mais ao sul por onde a lua havia entrado, mais próxima da borda norte da faixa eq. norte. Certamente essa diferença era por causa do ângulo de incidência da luz do sol, que acabou projetando a sombra da lua um pouco mais para o sul na zona tropical norte. Com jupiter já declinando a oeste a sombra da lua passava pelo meridiano central, e uns 15 minutos antes da emersão ela voltou a se tornar visível na zona tropical a oeste do meridiano central (MC). As demais zonas claras e as cinzentas zonas polares sul e norte (SPZ e NPZ) também foram bem visualizadas, juntamente com as faixas temperadas norte (NTeB), norte do norte (NNTeB), temperada sul STeB, temperada sul do sul (SSTeB) e a difícil faixa polar sul (SPB), todas apresentando uma mesma coloração cinza grafite durante as ampliações de até 262x. Com 393x a GMV e as faixas equatoriais mudaram a coloração para um tom castanho - marrom, já as zonas claras mantinham a coloração âmbar. Uma estrela de fundo mais longe e a sudoeste dava a falsa impressão de uma 5ª lua. Foi uma noite calma sob uma atmosfera excepcionalmente estável, que sem ventos fortes e difração atmosférica propiciou imagens firmes e com os detalhes visíveis finamente desenhados no disco.
Data: 12/05/2016 - 13/05/2016
Alvo: jupiter.
Hora: início 19:00hs UTC 21:00 - término 01:00hs UTC 03:00
Localização: 19° 42' 03" S 43° 57' 18" O
Instrumento: Luneta acromática abertura 4.1/8" (103mm) d/f 1.575mm - F/D15.4 - montagem EQ3-2.
Acompanhamento manual.
Oculares: WA 6mm (262x) + Barlow modo 1.5x (393x), Vixen NPL 8mm (197x), Plossl Séries 500 10mm (157x).
Condições atmosféricas: névoa seca a SE/S/SO - temperatura 22ºC - umidade 60% - pressão atm. 1019 hPa - vento: SE 06km/h
Seeing: Esc. Pickering estimado entre 9 e 10.
Iniciei a sessão às 21:00 UTC quando jupiter já se aproximava do meridiano celeste usando o refrator com a ocular de 10mm e 157x, tendo o disco se mostrando riscado por mais 6 faixas além das duas equatoriais. Na região equatorial e na faixa equatorial sul (SEB) a Grande Mancha Vermelha (GMV/GRS) se destacava na Baía da Grande Mancha. No interior da faixa e a leste da Grande Mancha Vermelha eram visíveis Rifts (fendas ou divisões) separando a faixa ao meio, se entrelaçando e lembrando a aparência de um turbilhão que se afunilava em direção ao limbo leste.
A nordeste da GMV um escurecimento circular denunciava a presença da Mancha junior (oval BA), confirmada depois com a ocular de 8mm (197x). A GMV se mostrava oval e de coloração cinza castanho, e com boa nitidez dentro da baía na borda sul da faixa eq. sul. Ao norte na faixa equatorial norte (NEB) viam-se irregularidades onduladas em toda a extensão das bordas norte e sul. Entre as duas faixas equatoriais a faixa equatorial (EB) estava visível como uma fina linha cinzenta de um limbo ao outro, e que dividia ao meio a zona equatorial (EZ) de coloração âmbar.
Ao norte na zona tropical norte (NTrZ) uma lua se aproximava vinda do leste prestes a realizar um trânsito, e antes da imagem dela tocar o limbo leste de jupiter, novamente visualizei o efeito de "amassamento" na borda do disco do planeta por onde a lua entrava. Uma vez na frente do planeta ela ainda ficou visível por uns 15 minutos, quando então subi para 262x com a WA de 6mm, e ela continuava a brilhar num tom um pouco mais escuro do que a zona tropical sobre a qual passava. Devido ao seeing excepcional eu resolvi arriscar e usar a Barlow no modo 1.5x com a WA de 6mm elevando o F15.4 para 393x, e apesar de muito além dos limites do 4.1/8" para minha surpresa a lua ainda continuava visível diante do disco, se contrastando bem como uma pequenina esfera de bordas escurecidas contra o fundo mais claro da zona tropical norte (NTrZ). Pouco tempo depois a sombra dela entrou pelo disco só que um pouco mais ao sul por onde a lua havia entrado, mais próxima da borda norte da faixa eq. norte. Certamente essa diferença era por causa do ângulo de incidência da luz do sol, que acabou projetando a sombra da lua um pouco mais para o sul na zona tropical norte. Com jupiter já declinando a oeste a sombra da lua passava pelo meridiano central, e uns 15 minutos antes da emersão ela voltou a se tornar visível na zona tropical a oeste do meridiano central (MC). As demais zonas claras e as cinzentas zonas polares sul e norte (SPZ e NPZ) também foram bem visualizadas, juntamente com as faixas temperadas norte (NTeB), norte do norte (NNTeB), temperada sul STeB, temperada sul do sul (SSTeB) e a difícil faixa polar sul (SPB), todas apresentando uma mesma coloração cinza grafite durante as ampliações de até 262x. Com 393x a GMV e as faixas equatoriais mudaram a coloração para um tom castanho - marrom, já as zonas claras mantinham a coloração âmbar. Uma estrela de fundo mais longe e a sudoeste dava a falsa impressão de uma 5ª lua. Foi uma noite calma sob uma atmosfera excepcionalmente estável, que sem ventos fortes e difração atmosférica propiciou imagens firmes e com os detalhes visíveis finamente desenhados no disco.
Bruno
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Mancha oval escura na zona polar norte.
Observação de mancha escura na zona polar norte de jupiter.
Instrumento: refrator acromático equatorial 76.2mm F/D16.4 - d/f1250mm.
Oculares: Huygens 0.965" 12.5mm (100x), 9mm (138x) e 6mm (208x).
Diagonal prismática.
Seeing estimado entre 8 e 9.
Gostaria de pedir o auxílio dos colegas que estejam observando ou fotogtafando jupiter agora (23/05/2016) 18:37hs hora de brasília - 20:37 UTC), e me confirmem a presença de uma mancha oval ou circular escura na zona polar norte, mais especificamente próxima do limbo nordeste do disco. As sombras das luas geralmente transitam mais ao sul e próximas da zona tropical norte.
Instrumento: refrator acromático equatorial 76.2mm F/D16.4 - d/f1250mm.
Oculares: Huygens 0.965" 12.5mm (100x), 9mm (138x) e 6mm (208x).
Diagonal prismática.
Seeing estimado entre 8 e 9.
Gostaria de pedir o auxílio dos colegas que estejam observando ou fotogtafando jupiter agora (23/05/2016) 18:37hs hora de brasília - 20:37 UTC), e me confirmem a presença de uma mancha oval ou circular escura na zona polar norte, mais especificamente próxima do limbo nordeste do disco. As sombras das luas geralmente transitam mais ao sul e próximas da zona tropical norte.
Bruno
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Re: Júpiter oposição 2016.
Parece ser a sombra de uma das luas de jupiter na zona polar norte, já que uma delas se encontra um pouco mais a oeste e ao norte do equador do planeta. Ocorrendo também outro trânsito de uma lua entrando pelo limbo leste e um pouco ao norte da faixa equatorial norte NEB, e uma ocultação de outra lua a oeste numa trajetória no mesmo plano da faixa equatorial sul SEB.
Bruno
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sem ovais
Olá Bruno, tenho notado Jupiter muito claro nessa oposição. Depois da passagem da GMV a SEB quase desaparece, bem clara. Tiveram poucas ovais escuras na NEB. E uma região polar norte que quase emenda com a NEB.
ainda jupiter
Mesmo já distante da oposição, esse gigante gasoso ainda se mostra interessante. Ontem tivemos a sombra de Io transitando o planeta.
O uso de filtros coloridos com tons frios (azul ou verde) ajuda muito da identificação de detalhes.
Logo mais a noite teremos a GMV aparecendo logo depois do por do sol. Fiquem de olho.
O uso de filtros coloridos com tons frios (azul ou verde) ajuda muito da identificação de detalhes.
Logo mais a noite teremos a GMV aparecendo logo depois do por do sol. Fiquem de olho.
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