Asteroide 2004 BL86

Humberto sampaio escreveu:Será que vamos poder observa-lo?

O pessoal da Galeria do Meteorito forneceu muitas informações e aproveitando a ocasião, na prática existem duas maneiras de se observarem os asteroides: visualmente e por astrofotografias.
Para observar um asteroide visualmente com um telescópio, basta determinar a área do céu em que as efemérides assinalarem a presença dele.
Confrontando o campo de visão com um mapa estelar, poderemos constatar que o asteroide será precisamente a "estrela" que não se encontra assinalada no mapa. Os mapas mais indicados são os que incluem estrelas de pelo menos 8ª ou 9ª magnitudes.
Se o asteroide tiver o brilho mais fraco que a estrela menos brilhante registrada no mapa celeste, o seu reconhecimento se fará pelo seu próprio deslocamento entre a estrelas. Bastam duas observações da mesma área com um intervalo de 2 ou 3 horas.
A observação visual direta com um telescópio não revela nenhum detalhe, e para isso a astrofotografia será a melhor solução.
A maioria dos asteroides deslocam-se em média cerca de 20 segundos de arco por hora em relação às estrelas. Para se capturar o traço de deslocamento de um asteroide com uma câmera comum será preciso 3 ou 4 horas de exposição. Uma técnica empregada por observadores das décadas de 60, 70 e 80 e que ainda pode funcionar hoje em dia de maneira satisfatória, ou ainda servir de exemplo para quem possui equipamentos mais avançados, é utilizando uma câmera da seguinte maneira: depois de acoplada a câmera e apontado o telescópio para a área do céu em que o asteroide se encontra, efetuar a exposição, fechar o obturador e aguardar um tempo. Em seguida desloca-se o telescópio um pouco para frente ou para trás, e realiza-se sobre o negativo já exposto uma nova tomada fotográfica com o mesmo tempo de exposição. Como resultado todos as estrelas exibirão imagens duplas menos as do asteroide, que nesse meio tempo terá se deslocado e será o único corpo com uma imagem puntiforme.

Bruno escreveu:Olá Bruno, mas algo importante que pode ser feito tanto visualmente quanto fotograficamente
é a estimativa de magnitude do asteroide comparando com o brilho de outras estrelas, a cada 5 minutos. Com isso, detectando as variações na magnitude, pode-se evidenciar a rotação do asteroide.

Uma ótima dica Lucas, e espero que a observação desses objetos se torne uma prática constante aqui no AF, porque além de muito interessante e também útil, desenvolve ainda mais a habilidade e a acuidade visual do observador.